O satélite foi lançado ao espaço em 5 de outubro de 2024 com auxílio de um foguete da empresa SpaceX, cuja missão principal era acoplar à Estação Espacial Internacional. Dali, LignoSat será lançado na órbita baixa da Terra, 400 km acima de altitude.
De acordo com o cientista Takao Doi, astronauta que já voou no ônibus espacial e atualmente estuda atividades espaciais humanas na Universidade de Kyoto, com madeira seremos capazes de construir casas, viver e trabalhar no espaço para sempre.
"No início do século 20 os aviões eram construídos de madeira", disse o professor de ciências florestais da Universidade de Kyoto, Koji Murata. "A madeira é mais durável no espaço do que na Terra, já que não há água ou oxigênio que possam apodrecê-la ou inflamá-la. Pensando assim, um satélite também deve ser viável", acrescentou Murata.
Batizado em homenagem à palavra latina para "madeira", o LignoSat é do tamanho da palma da mão e tem a importante tarefa de demonstrar o potencial cósmico do material renovável na exploração do espaço.
Pensando em um plano arrojado de plantar árvores e construir casas de madeira na Lua e em Marte nos próximos 50 anos, a equipe de Doi decidiu desenvolver inicialmente um satélite de madeira certificado pela Nasa para provar que o material empregado tem qualidade espacial.
Os pesquisadores também disseram que a madeira é vista como o futuro da construção espacial e no caso dos satélites, terá um impacto ambiental reduzido no final de sua vida útil.
Como se sabe, os satélites desativados em orbita baixa precisam reentrar na atmosfera para que não se tornem detritos espaciais. Atualmente, os satélites convencionais de metal criam partículas de óxido de alumínio durante a reentrada, mas os de madeira simplesmente queimariam, com menos poluição, disse Doi.