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Quarta-feira, 4 abr 2007 - 10h16

Continua a batalha para deter Lusi, o vulcão de lama na Indonésia

Começa a tomar proporções épicas a batalha entre especialistas indonésios e um vulcão de lama, que desde 29 de maio de 2006 entrou em erupção próximo à cidade de Sidoarjo, na ilha de Java.

Desde então, a lama jorra incessantemente pela cratera. Vilas inteiras já foram abandonadas e mais de 25 fábricas foram engolidas pela lama. Nos últimos dez meses o desastre já matou dezenas de pessoas e forçou mais de 15 mil pessoas a deixarem suas casas. Cientistas do ITB, Instituto de Tecnologia de Bandung, na Indonésia, calculam que mais de 150 mil metros cúbicos de lama estão vazando diariamente pela cratera.

Lusi, como é chamado o vulcão de lama, entrou em erupção depois que um acidente, durante prospecção de gás, perfurou uma camada de pedra acima de um aqüífero sob alta pressão, a 2900 metros de profundidade. De acordo com especialistas, que também analisaram a área através de imagens de satélites, a região foi perfurada sem a colocação de um dispositivo de proteção. Essa proteção, construída em aço, age como uma espécie de tampa na parte superior do furo e seu emprego é um procedimento padrão neste tipo de trabalho. A proteção evita que fluídos em alta pressão, como óleo, gás ou água, vazem.

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Reunidos diariamente, os cientistas e engenheiros do ITB projetaram um método que segundo eles, é um "sonho". Eles estão tentando "tapar" a saída de lama do vulcão, despejando no interior da cratera centenas de toneladas de bolas de concreto. Essa é a primeira vez que esse método está sendo utilizado e muitos deles classificam a batalha de cessar o fluxo de lama como uma guerra entre "Davi e Golias".

Segundo Satria Bijaksana, um dos engenheiros responsáveis, a idéia é construir um plugue gigante de concreto, formado por uma rede aço e bolas de concreto. "Esse vulcão tem características únicas, portanto a solução também deve ser única", completou.

Cada rede tem196 quilos, divididas em quatro bolas de 80 quilos cada. Para lançá-las dentro da cratera de 50 metros de comprimento, repleta de lama quente, foi necessário construir uma ponte equipada com um guindaste móvel. Desde o início de fevereiro as redes têm sido lançadas dentro da cratera uma após outra, e desaparecido nas entranhas do vulcão. A insondável cratera já engoliu pelo menos 400 redes como se fossem pílulas. Nenhum especialista sabe ao certo quantas redes serão necessárias.

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Bijaksana defende seu método e diz que "somos apenas três cientistas tentando fazer o melhor possível".

Esta batalha do Homem contra as poderosas forças geológicas tem despertado o interesse de outros especialistas não só na Indonésia, um arquipélago que parece concentrar todos os tipos de desastres naturais ao mesmo tempo. "Estamos recebendo e-mails de sugestões de todo o mundo", disse Bijaksana, de 42 anos. "Mas ninguém está atacando o problema diretamente como nós", disse.

Muitos milhares de quilômetros dali, Mads Huuse, geólogo da Universidade de Aberdeen, na Escócia, disse que são necessários mais dados para dizer se o método criado por Bijaksana deterá de fato a lama. O cientista alertou ser impossível dizer por quanto tempo Lusi ainda vai continuar expelindo lama. Na pior das hipóteses, poderá continuar assim por muitos anos.

De acordo com Richard Davies, da mesma universidade, o trabalho de Bijaksana é heróico, mas pode ser frustrante. "Ninguém jamais conseguiu deter um vulcão de lama".

Fotos: Na imagem menor, cientistas do Centro de Excelência da Universidade de Oslo, na Noruega, colhem material próximo à borda da cratera de Lusi. Na segunda cena, dezenas de casas submersas fazem parte da paisagem deixada por Lusi próximo à cidade de Sidoarjo, na ilha de Java. Por último vemos parte da cratera do vulcão.

Saiba mais sobre Lusi:
Vulcão de lama continua ativo na Indonésia

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