Duas horas depois do reacoplamento, o módulo Lunar é finalmente descartado no espaço e a Apollo 11 está pronta para voltar para casa, mas do mesmo modo que a injeção translunar arremessou a nave em direção à Lua no começo da viagem, um outro empurrão chamado Injeção Transterrestre vai ser necessário para arremessar a nave em direção à Terra.
Clique para ampliar
A manobra exige sincronismo exato e precisão absoluta. A Apollo 11 viaja neste momento a 5800 km/h, mas para escapar à gravidade lunar são necessários 8850 km/h e o empuxo extra virá com a ignição do Módulo de Serviço. Se a ignição falhar os astronautas ficarão perdidos definitivamente no espaço, já que os motores de manobra do Módulo de Comando não têm força suficiente para tirar a nave da amarra gravitacional da Lua.
Durante mais de três horas, enquanto a Apollo 11 ainda orbita nosso satélite, os controladores de voo e os astronautas repassam todos os procedimentos necessários e conferem por diversas vezes o horário em que a ignição dos foguetes deverá ocorrer. As comunicações são ininterruptas e a tensão volta a subir entre os membros da equipe.
Clique para ampliar
A ignição ocorre após 135 horas e 23 minutos de viagem, à 01h55 do dia 22 de julho. Durante os 150 segundos em que os jatos do Módulo de Serviço são acionados o sistema de guiagem do Módulo de Comando miram uma pequena área vazia no espaço, mas que em 60 horas estará ocupada pela Terra. Essa pequena área é chamada Janela de Reentrada e é por ela que a Apollo 11 entrará novamente na atmosfera terrestre.
Durante dois dias os astronautas viajam mais uma vez como turistas, fazendo apenas pequenas correções de curso. A nave está à mercê das forças da natureza e à medida que a atração gravitacional da Terra se torna mais intensa a velocidade da nave aumenta.