Quarta-feira, 1 nov 2006 - 06h21
O administrador da Nasa, Michael Griffin, confirmou ontem que a NASA, agência espacial americana, enviará uma equipe para reparar o telescópio espacial Hubble.
A decisão de Griffin reverte a de Sean O´Keefe, seu antecessor, que determinava que missões de reparos no Hubble, feita por astronautas, ofereciam diversos riscos.
Ao anunciar a decisão, na sala de imprensa da NASA, Griffin foi aplaudido de pé por diversos seguimentos da comunidade científica, que temiam que o telescópio deixasse de operar antes do final da década. A nova missão de reparos deverá ser lançada no início de 2008 e permitirá ao Hubble operar até 2013. Se a missão não fosse aprovada, o Hubble deixaria de funcionar entre 2009 e 2010. Sean O´Keefe, administrador anterior a Griffin, havia cancelado todos os reparos no telescópio Hubble, após a tragédia com o ônibus espacial Columbia, ocorrida em 2003. O administrador acreditava que os riscos eram muito grandes e que novas missões deveriam se concentrar na contrução da Estação Espacial Internacional - ISS. O novo administrador, no entanto, está certo de que o conserto do telescópio não apresentará problemas, já que as três últimas missões do ônibus espacial confirmaram a capacidade dos astronautas em checar a estrutura da nave em busca de danos e também de executar os reparos necessários. Segundo Griffin, que já trabalhou no projeto Hubble no início de sua carreira, a segurança da tripulação será redobrada. "Não iríamos arriscar uma tripulação para fazer uma missão ao Hubble". Diferente das próximas 14 missões ainda necessárias para terminar a montagem da ISS, em uma missão ao Hubble não haverá refúgio para os astronautas aguardarem resgate em caso de problemas. Neste caso a NASA deverá ter um segundo ônibus espacial pronto para o lançamento. A nova missão ao Hubble acrescentará ao telescópio duas novas câmeras e fará um upgrade do sistema de baterias. A equipe também deverá substituir os giroscópios e acrescentará novos sensores de orientação, além de reparar um espectrógrafo danificado.
O Hubble é um telescópio do tipo refletor, onde o elemento ótico principal é um espelho e não uma lente. Seu diâmetro é de 2.4 metros e se fosse um telescópio instalado em terra, seria considerado de porte médio. Atualmente existem 28 telescópios maiores que o Hubble instalados em observatórios na superfície. Os dois maiores estão no observatório de Mauna Kea no Havaí e têm 10 metros de diâmetro. O que diferencia o Telescópio Espacial Hubble de seus similares em terra é o fato dele estar colocado no espaço, fora da atmosfera da Terra. Desse modo, a luz dos objetos não passa pela nossa atmosfera. Todos os dados que temos dos objetos distantes provém da luz que captamos deles. A atmosfera interfere fortemente na captação dessa luz, por isso os observatórios astronômicos mais importantes são construídos em locais bem altos. Em condições extremanente favoráveis, esses grandes telescópios permitem ver uma bola de futebol a cerca de 51 km de distância, enquanto o Hubble, menor, consegue ver essa mesma bola a mais de 600 km. O Hubble é bem mais que um telescópio refletor. Em seu interior diversos intrumentos estão aptos às mais diversas observações, entre eles 3 câmeras, 1 detector astrométrico e 2 espectrógrafos. Além de fotografar objetos e efetuar medições com grande precisão, o telescópio Hubble pode analisar a luz que chega até seus sensores. Isso permite determinar a composição do objeto focalizado. Com essa capacidade e com auxílio de técnicas de fotografia digital, podemos separar objetos suficientemente brilhantes que estejam a menos de dois metros de distância um do outro, como por exemplo, dois faróis de um carro na superfície na Lua. Colocado em órbita em abril de 1990, o Hubble (nome dado em homenagem ao astrônomo norte-americano Edwin Powell Hubble que viveu de 1889 a 1953) pesa cerca de 11.600 quilos e se localiza 600 km acima da superfície da Terra, completando uma volta ao redor do nosso planeta em 95 minutos. Para funcionar, capta energia do Sol através de dois grandes painéis de 2.4 x 12.1 metros cada. Fotos: Telescópio Hubble durante uma das missões de reparo, que corrigiu um problema com o espelho principal. Na sequencia, uma série de imagens feitas pelo telescópio mostram a nebulosa N44C a galáxia em espiral NGC3370. Cortesia NASA. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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