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Sexta-feira, 7 set 2007 - 09h00

Cientistas conectam radiotelescópios usando a internet

Pela primeira vez na história, cientistas ligados à agência espacial australiana, CSIRO, conseguiram conectar em tempo real, uma série de radiotelescópios localizados na China, Austrália e Europa, demonstrando que as redes globais de comunicação em alta velocidade podem ser usadas para se criar clusters de telescópios tão grandes quanto à Terra.

Na última semana, um dos radiotelescópios do CSIRO, localizado próximo à Coonabarabran, em New South Wales, foi usado simultaneamente com outro equipamento nas proximidades de Shangai, na China, além de mais antenas localizadas na Europa. O objetivo do experimento era estudar o distante quasar 3C273, distante 2.2 bilhões de anos-luz.

"Esta é a primeira vez que conseguimos conectar tantos telescópios simultaneamente, separados por uma distância de meio globo terrestre", diz Tasso Tzioumis, diretor de operações do VLBI, um arranjo de múltiplos radiotelescópios separados por grandes distâncias, que utiliza a técnica da interferometria para estudos de sinais de rádio provenientes do espaço.

"É fantástico como o objetivo foi alcançado. Contamos com a habilidade e conhecimento de diversos provedores, que trabalharam em conjunto".

Aprimorando a tecnologia já usada nas redes domésticas atuais, os dados digitais dos vários radiotelescópios foram encadeados, produzindo um streamming de 256 megabits por segundo, aproximadamente 30 vezes mais rápido do que as redes de internet no Brasil. Esse grande volume de dados, produzidos pelos diversos radiotelescópios, seguiu até a Austrália, onde pode ser processado por equipamentos desenvolvidos especialmente para essa finalidade.

Os resultados do processamento foram transmitidos para a Xi´an, na China, onde puderam ser acompanhados por especialistas em redes avançadas durante a 24ª APAN, uma conferência do setor de telecomunicações. Da Austrália até a Europa os dados trafegaram através de um link dedicado de 1 gigabit por segundo.


Economia de tempo
Atualmente, os dados do VLBI são sincronizados através de relógios atômicos. Em seguida armazenados em discos individuais e enviados a um centro comum, localizado em Sydney, onde são combinados e estudados. "Nem é preciso dizer quanto tempo a nova técnica vai acelerar esse processamento. Algumas vezes os resultados podiam demorar até meses", explica Tzioumis.


Interferometria
O VLBI - Very Long Baseline Interferometry - é uma técnica de interferometria que aproveita a diferença de tempo que as ondas de rádio, vindas do espaço, levam para atingir as diversas antenas, separadas por grandes distâncias. Quanto mais espaçadas estiverem as antenas, mais precisas serão as observações. Como a Terra tem um diâmetro12750 quilômetros, essa é a máxima distância possível entre as antenas. No experimento recente, a maior separação medida entre os observatórios foi de 12304 km, quase o diâmetro da Terra.

Imagens: No topo, radiotelescópio do observatório de Parkes, em Sydney, na Austrália. A antena, de 64 metros de diâmetro, foi uma das usadas no experimento. Acima, o gráfico mostra a topologia da rede de radiotelescópios, conectadas em tempo real através da internet.

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