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Quinta-feira, 20 set 2007 - 09h54

Cientistas alertam para níveis excessivos de CO2 nos oceanos

Um artigo publicado no renomado periódico Geophysical Research Letters, e assinado por nada menos que 25 cientistas, alerta que se os níveis de emissão de dióxido de carbono - CO2 - produzida pelas atividades humanas não forem severamente reduzidos, até a metade deste século a química dos oceanos estará tão alterada que violará os critérios da agência norte-americana de Proteção Ambiental, EPA.

Essa é a primeira vez que os pesquisadores reconhecem que as emissões de CO2 violarão os critérios para a qualidade da água dos oceanos, estipulados pela agência em 1976.

"Aproximadamente um terço do CO2 produzido pela queima de combustível fóssil é absorvido pelos oceanos. Quando o CO2 se dissolve na água, produz o ácido carbônico, que pode destruir recifes de corais, fitoplânctons e zooplanctons, os mais críticos elementos na base da cadeia alimentar dos oceanos", explica Ken Caldeira, do departamento de ecologia global da Instituição Carnegie, dos EUA. "Em concentrações elevadas, o ácido pode corroer a concha de moluscos, romper a formação de corais e interferir na quantidade de oxigênio do oceano".


Níveis de concentração
A maior parte dos estudos atuais mostra que se os esforços para se conter as emissões não forem ampliados, até o final do século a concentração de dióxido de carbono atmosfera atingirá 760 ppm (partes por milhão), o dobro da atual. Algumas estimativas mostram que na metade do século a concentração será de 500 ppm. Apenas para comparação, antes da revolução industrial, entre os séculos 18 e 19, os níveis eram de aproximadamente 280 ppm. Atualmente o valor já atinge 380 ppm.


Acidez
A acidez do CO2 dissolvido na água do oceano é medida com a ajuda da escala PH (potencial hidrogeniônico). Um declínio nos valores de PH indica que uma solução é mais ácida. Pelos critérios da EPA, em regiões oceânicas que apresentam profundidades muito maiores que a zona eufótica, o nível de PH não pode apresentar variações maiores que 0.2 unidades, respeitando-se a variação natural do local. A Zona eufótica se estende desde a superfície do oceano até aproximadamente 200 metros de profundidade. Dentro desta faixa a luz solar ainda pode penetrar, permitindo a ocorrência da fotossíntese.

Segundo Caldeira, as concentrações de CO2 na atmosfera precisam se manter menores que 500 PPM para que a variação da acidez permaneça dentro dos limites aceitáveis. Se o nível subir acima disso, praticamente toda a superfície dos oceanos estará fora dos padrões. "Precisamos começar a enxergar o CO2 como um poluente do oceano. Isso é, quando lançamos dióxido de carbono na atmosfera, estamos na realidade descarregando lixo nas águas do mar".

Para que os níveis da concentração de dióxido de carbono permaneçam abaixo de 500 ppm, será necessária uma mudança rápida nos métodos de produção e consumo. Energias provenientes do petróleo e da queima do carvão não podem mais se enquadrar em qualquer modelo futuro de planejamento. Esse modelo se tornou obsoleto e politicamente incorreto. Os países que conseguirem sair à frente na pesquisa de fontes alternativas viáveis serão os que darão as cartas na próxima metade desse século.

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