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Segunda-feira, 8 out 2007 - 09h51

Cientistas confirmam buraco menor na camada de ozônio

Utilizando dados captados pelo satélite Envisat, da Agência Espacial Européia – ESA - cientistas europeus anunciaram na última semana que o buraco na camada de ozônio sobre a Antártica encolheu 30% a menos quando comparado ao tamanho recorde do ano de 2006.

De acordo com as medidas feitas pelo satélite, este ano a perda de ozônio naquela região foi de 27.7 milhões de toneladas, enquanto em 2006 a perda atingiu 40 milhões de toneladas.

A camada de ozônio é medida através de Unidades Dobson (DU) e é calculada medindo-se a área e a profundidade da camada em determinada região. Um buraco é definido quando os níveis na região avaliada situam-se abaixo de 220 unidades Dobson. A unidade descreve a espessura da camada de ozônio contida em uma coluna diretamente acima de um ponto qualquer, a 0ºC e sob a pressão de uma atmosfera. Um valor de 300 Unidades Dobson equivale a uma camada de ozônio de 3 milímetros de espessura.

Neste ano, o total de áreas em que os níveis estiveram abaixo de 220 DU atingiu 24.7 milhões de quilômetros quadrados. Essa área equivale a três vezes o tamanho do território brasileiro.

Os cientistas também informaram que a diminuição do buraco é devido às variações naturais da temperatura e das dinâmicas atmosféricas e não deve ser comemorado como um indicativo de tendência de longo prazo.

"Apesar de menor, nós não podemos concluir que a camada de ozônio esteja se recuperando", disse Ronald van der, um dos cientistas envolvidos no estudo e pesquisador sênior do Instituto Meteorológico da Holanda. Van der explica que este ano o buraco na camada esteve menos centrado sobre o Pólo Sul do que em outros anos. Isso permitiu que o gás se misturasse ao ar mais aquecido, reduzindo o crescimento do buraco, já que o ozônio praticamente desaparece sob temperaturas inferiores a -78ºC.


Camada de Ozônio
A camada de ozônio situa-se aproximadamente a 25 km de altitude, dentro da estratosfera. Essa camada age como um filtro solar, impedindo que níveis elevados de raios ultravioleta atinjam a Terra.

O buraco na camada de ozônio foi reconhecido pela primeira vez em 1985 e durante a última década, em escala global a camada perdeu 0.3% de sua espessura a cada ano, aumentando significativamente os riscos de câncer de pele, cataratas e causando danos à vida marinha.

A diminuição da camada é causada pela presença de elementos que destroem o ozônio, como a clorina e o brometo de metilo, e principalmente pelos gases originados de produtos criados pelo homem, como os clorofluorcarbonos ou CFCs. Conhecido como gás freon, o CFC é usado em grande escala na produção de aerossóis, refrigeradores e produtos de limpeza. Apesar de ainda estar presente na atmosfera, sua concentração vem diminuindo graças ao Protocolo de Montreal, assinado em setembro de 1987. Nele, os países signatários se comprometem a substituir as substâncias que reconhecidamente causam danos à camada.

Arte: Gráfico comparativo mostra o tamanho do buraco na camada de ozônio nos meses de setembro de 2006 e setembro de 2007. Cortesia ESA, agência espacial européia e Instituto Meteorológico da Holanda, KNMI.

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