Quinta-feira, 3 jan 2008 - 09h42
Desde que os cientistas da Universidade de Califórnia lançaram o projeto Seti, oito anos atrás, mais de 5 milhões de voluntários se prontificaram a doar parte da capacidade de processamento de seus computadores pessoais no auxílio à busca de sinais de inteligência extraterrestre. Desse total, mais de 170 mil foram aceitos e aproximadamente 320 mil computadores realizaram cálculos e análises dos dados provenientes do espaço profundo.
Recentemente, cientistas ligados ao projeto ampliaram a capacidade de captação do radiotelescópio de Arecibo e passaram a receber uma quantidade de dados muito maior do que o fluxo habitual que estavam acostumados. O upgrade no radiotelescópio foi possível com a instalação de novos receptores bem mais sensíveis, além de melhor cobertura das freqüências captadas.
O resultado foi além das expectativas e o Projeto Seti passou a receber 500 vezes mais dados do que o de costume, o que gerou um grande problema para os cientistas. De acordo com Eric Korpela, os novos dados estão gerando mais de 300 gigabytes de dados por dia, ou 100 terabytes por ano. Para se ter uma idéia, essa é a quantidade de dados armazenados pela Biblioteca do Congresso dos EUA, uma das maiores do mundo. "Para lidar com esse volume de dados, o software SETI@home já está sendo atualizado e em breve precisaremos de muitos milhares de voluntários", disse Dan Werthimer, cientista-chefe do projeto. "A nova geração do SETI@home permitirá que praticamente qualquer pessoa possa fazer parte projeto", completou Werthimer.
Quando a quantidade de dados ultrapassa a capacidade a ser processada pela equipe, os cientistas os distribuem para milhares de computadores, que somados, atuam como um único supercomputador. Esse é o conceito do software SETI@home. Os pacotes de dados são transmitidos via internet aos voluntários, que rodam o programa em suas máquinas domésticas. Nos momentos em que o computador não está em uso, pré-processam os dados e os devolve ao Seti, onde serão analisados já "mastigados". Desde que o SETI@home foi lançado, diversos outros projetos também fizeram uso da computação compartilhada, entre eles o folding@home, capaz de prever o comportamento de novas proteínas até o recentemente lançado cosmology@home, usado para modelar possíveis universos. A maior parte dos projetos é executada em uma plataforma chamada BOINC (Berkeley Open Infrastructure for Network Computing ou Infraestrutura aberta para redes de computação), desenvolvida pelo próprio diretor do SETI@home, David Anderson. "Existem atualmente 42 projetos Boinc em andamento, e até agora a capacidade de computação tem sido satisfatória", disse Werthimer. "Os múltiplos receptores nos ajudarão a separar melhor as interferências, diminuindo as confusões atuais entre os sinais que vêm do espaço e os de origem terrestre", explica Werthimer. Apesar dos cientistas de Berkeley analisarem dados vindos do espaço desde 1978 através de vários radiotelescópios, até agora nenhum sinal proveniente de alguma civilização extraterrestre foi detectado. "Nós terráqueos estamos apenas começando a varrer as freqüências vindas do espaço, checando inicialmente as fontes mais intensas. O que esperamos é que as freqüências escaneadas até agora estejam corretas", disse Werthimer. "A boa notícia é que nesta nova fase poderemos escanear bilhões de freqüências diferentes e Arecibo está otimizado para essa busca. Se houver sinais inteligentes fora da Terra, nós e nossos voluntários tentaremos encontrá-los", completa o cientista. Fotos: No topo, tela principal do software SETI@home, que usa o computador do usuário para processar sinais vindos do espaço. Na seqüência o radiotelescópio de Arecibo, visto através do aplicativo SatMaps. Clique sobre ele para navegar. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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