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Domingo, 20 jan 2008 - 11h36

Agência Espacial Européia vai explorar Mercúrio em 2013

A Agência Espacial Européia, ESA e a Astrium assinaram o contrato industrial da primeira missão européia a Mercúrio, batizada de BepiColombo. A parceria foi concretizada em Friedrichshafen, no norte da Alemanha, na sexta-feira e tem como objetico aprofundar o conhecimento sobre Mercúrio.

O lançamento da BepiColombo está previsto para agosto de 2013 e chegará a Mercúrio em 2019 após uma viagem de seis anos em direção ao sistema solar interior. Esta é a primeira missão dupla a Mercúrio, com uma nave espacial europeia e uma fornecida pelo Japão. O programa é desenvolvido em conjunta com a Agência Espacial Japonesa, JAXA, sob liderança da ESA.

"As duas naves espaciais abordarão diversas questões científicas, entre elas a origem e evolução de um planeta próximo da sua estrela-mãe, o estado do interior do planeta e do respectivo campo magnético, assim como um teste à teoria de relatividade de Einstein,” disse Johannes Benkhoff, cientista do projeto BepiColombo ligado à ESA.

A missão BepiColombo tem um orçamento estimado de 665 milhões de euros e seu nome foi dado em homenagem ao matemático e engenheiro espacial italiano Giuseppe Colombo, que viveu entre 1920 e 1984. A sonda estará equipada com câmeras de última geração, capazes de obter imagens em alta definição da superfície de Mercúrio.

As Sondas
Uma das naves, a Mercury Planetary Orbiter ou MPO da ESA, transportará 11 instrumentos para estudar a superfície e composição interna do planeta com uma precisão sem precedentes, utilizando diferentes comprimentos de onda e técnicas de investigação

A segunda nave, chamada a Mercury Magnetospheric Orbiter ou MMO, da JAXA, transportará cinco instrumentos para estudar a magnetosfera do planeta, que é a região do espaço em volta do planeta e dominada pelo seu campo magnético. Em nome da ESA, a Astrium liderará uma rede de subcontratantes para desenhar e construir a nave espacial MPO da ESA e o chamado Mercury Transfer Module, que é o módulo para transportar o conjunto composto MPO-MMO ao seu destino.

Dificuldades
“A Astrium terá de enfrentar vários desafios técnicos,” revelou Jan van Casteren, gestor de projeto da BepiColombo da ESA. “Os problemas derivam basicamente da dificuldade em operar uma nave espacial no duro ambiente de um planeta tão próximo do Sol, onde a radiação é cerca de dez vezes mais intensa do que na proximidade da Terra.”

Uma das dificuldades consiste no fato de que chegar a Mercúrio e depois entrar em órbita requer uma grande quantidade de energia para superara gravidade do Sol. Para atingir o objetivo, as fases da viagem e da inserção em órbita irão basear-se em propulsão fotovoltaica, auxiliada por diversas manobras planetárias assistidas pela gravidade e propulsão química convencional.

Para obter os dados, o MPO funcionará com os instrumentos virados para o planeta, algo nunca antes tentado com Mercúrio devido ao intenso calor refletido pela superfície.

Foto: Concepção artística mostra duas sondas BepiColombo em órbita elíptica ao redor de Mercúrio: a Mercury Planetary Orbiter ou MPO e a Mercury magnetospheric Orbiter ou MMO. Cortesia ESA.

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