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Sexta-feira, 7 mar 2008 - 10h05

Cientistas encontram evidência de anéis em lua de Saturno

A existência de anéis ao redor dos planetas já é bem conhecida pelos cientistas e os mesmos já foram descobertos em todos os planetas gasosos do Sistema Solar. Afinal, quem nunca ouviu falar, ou mesmo já viu ao telescópio, os famosos "anéis de Saturno"? O que não é comum é a existência de anéis ao redor das luas. Mas isso pode estar com os dias contados.

Um boletim conjunto, divulgado pelas agências espaciais norte-americana, NASA e européia, ESA, confirmou que a espaçonave Cassini detectou a existência de um grande disco de objetos girando ao redor da segunda maior lua de Saturno, Rhea. De acordo com o boletim científico, os sensores da Cassini registraram evidências significativas de que pelo menos um anel gira ao redor de Rhea.

Se as informações se confirmarem, será a primeira vez que um anel é encontrado ao redor de uma lua.

"Até agora, somente os planetas possuíam anéis, mas Rhea parece ter alguma coisa em comum com seu parente Saturno", disse Geraint Jones, um dos cientistas do projeto Cassini e autor do paper (trabalho acadêmico) publicado esta semana no renomado periódico Science. O trabalho de Geraint teve início no Departamento de Pesquisas Solares do Instituto Max Planck, na Alemanha.

Rhea é uma Lua tosca, de 1500 quilômetros de diâmetro e pouco se sabe das medidas exatas de seu provável disco, mas é certo que possui diversas vezes este comprimento. Segundo Jones, é composto por pequenos fragmentos de rocha dura. Uma adicional nuvem de poeira também parece se estender a 5900 quilômetros acima do centro, quase oito vezes seu raio.

"Da mesma forma que descobrir planetas ao redor de estrelas ou luas ao redor de asteróides, essa descoberta abre um novo campo de pesquisas, que buscará anéis ao redor de luas", disse Norbert Krupp, outro cientista do projeto Cassini e especialista no instrumento imageador magnetosférico, a bordo da sonda.

Desde a descoberta dos anéis, os cientistas do projeto têm realizado diversas simulações em supercomputadores para determinar se Rhea teria ou não condições de manter anéis em sua órbita. Os modelos mostraram que o campo gravitacional da lua, combinado com sua órbita ao redor de Saturno poderia de fato capacitar a sustentação de anéis por longos períodos de tempo.


A Descoberta
A descoberta do anel foi o resultado da aproximação da sonda Cassini de Rhea, ocorrida em novembro de 2005, quando diversos sensores estudaram o ambiente ao seu redor. Três instrumentos fizeram amostras diretas da poeira e a existência partículas já era esperada, já que chuvas de poeira constantemente atingem as luas de Saturno, incluindo Rhea, dispersando fragmentos ao seu redor.

Outro instrumento mostrou como a lua interage com a magnetosfera do planeta, descartando a possibilidade de alguma atmosfera.


Elétrons Bloqueados
As evidências de um disco de fragmentos aumentaram com a constatação da queda do número de elétrons medidos pelos instrumentos da sonda nos dois lados da lua. A presença de algum material próximo à Rhea parecia blindar os detectores da sonda das constantes chuvas de elétrons vindas de Saturno. O imageador magnetosférico detectava pronunciadas quedas na leitura, sempre dos dois lados da lua, sugerindo a presença de anéis dentro de um disco de fragmentos.

Em 1977, os anéis de Urano foram descobertos de maneira similar pela sonda norte-americana Kuiper Airborne Observatory. Na ocasião uma estrela localizada atrás do planeta parecia acender e apagar após um evento de ocultação. Na realidade, o brilho da estrela estava sendo interferido pelos anéis de Urano, que bloqueavam ou não a passagem da luz durante a passagem dos anéis pela frente das câmeras.

"Ver quase a mesma assinatura em ambos os lados de Rhea foi a prova definitiva", disse Jones. "Depois de descartar outras possibilidades, podemos dizer que as evidências se referem de fato à presença de anéis".

Uma possível explicação para a origem dos fragmentos seria a colisão de um cometa ou asteróide ocorrida no passado, espalhando grande quantidade de gás e partículas sólidas ao redor de Rhea. Após a dissipação do gás, o material restante constituiu o provável anel de partículas. Outra lua de Saturno, Mimas, também apresenta evidências de uma colisão catastrófica que por pouco não a partiu em dois.

"A diversidade do nosso Sistema Solar nunca deixa de nos maravilhar", disse Candy Hansen, cientista ligada ao Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, JPL, e responsável pelo estudo das imagens do espectrógrafo de ultravioleta, a bordo da sonda. "Há muitos anos atrás imaginávamos que Saturno era o único planeta com anéis. Agora temos evidências de que uma das luas de Saturno pode ser uma versão miniatura do próprio Saturno", avalia a entusiasmada pesquisadora.

As observações iniciais de Rhea, quando estava próxima ao Sol, não revelaram a existência de anéis, mas a partir das evidências apresentadas, novas observações já estão planejadas em busca da detecção direta das partículas.

Artes: No topo, concepção artística mostra o anel de fragmentos ao redor da lua Rhea. No detalhe, outra concepção artística mostra a sonda Cassini durante a aproximação de Saturno. Créditos: Nasa/Esa.

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