Sexta-feira, 21 mar 2008 - 10h54
Cientistas do Laboratório de Física Aplicada da universidade Jonhs Hopkins, nos EUA, confirmaram que imagens de radar feitas pela espaçonave Cassini apontam para existência de um grande reservatório de água e amônia abaixo de Titã, a maior lua de Saturno. De acordo com a revista Science, onde o trabalho foi publicado, a descoberta foi possível através do estudo da rotação de Titã.
"Com suas dunas orgânicas, canais e montanhas, Titã possui a mais ativa e variada superfície similar à Terra em todo o Sistema Solar", disse Ralph Lorenz, autor do trabalho e cientista especializado nas imagens do radar da sonda Cassini. "Agora temos uma melhor compreensão do modo como Titã rotaciona. Isso permite uma análise mais precisa do interior do satélite, bem além de sua superfície", explicou Lorenz. Através de imagens de radar coletadas anteriormente, Lorenz e sua equipe estabeleceram 50 pontos de referência na superfície de Titã, entre eles lagos de metano, cânions e montanhas. Quando as novas imagens foram comparadas às anteriores, detectaram que alguns detalhes geográficos da superfície haviam se deslocado de suas posições em mais de 30 quilômetros. Um deslocamento dessa magnitude é muito difícil de ser explicado a menos que a gelada crosta tenha se desprendido do núcleo pela ação de um oceano interno, facilitando o seu movimento. De acordo Bryan Stiles, co-autor da pesquisa e ligado ao JPL, Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, os modelos indicam que menos 100 quilômetros abaixo da superfície, gelada e rica em metano, deve haver um oceano formado pela mistura de água e amônia. O estudo de Titã é a maior meta da missão Cassini-Huygens, já que o satélite pode preservar, sob baixíssimas temperaturas, muitos dos componentes químicos que precederam a vida na Terra. Titã é única lua no sistema solar que possui uma atmosfera densa. Com um diâmetro de 5 mil quilômetro é a segunda maior lua do Sistema solar, um pouco menor que a jupteriana Ganimedes. Titã também é maior que Mercúrio e Plutão. A sonda Cassini-Huygens é missão conjunta entre as agências espaciais européia, norte-americana e italiana e é coordenada pelo JPL, uma divisão do Instituto de Tecnologia da Califórnia, que também construiu o orbitador Cassini. A nave consiste de dois elementos principais: o orbitador Cassini e a sonda Huygens. Foi lançada a 15 de Outubro de 1997 e entrou na órbita de Saturno no 1° de Julho de 2004 Artes: No topo, corte transversal de Titã mostra a possível localização do oceano subterrâneo. No detalhe, a sonda Cassini e órbita de Saturno. Crédito: Laboratório de Propulsão a Jato/NASA. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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