Sábado, 26 jul 2008 - 13h39
Rastrear e ver com os próprios olhos a Estação Espacial Internacional é realmente uma tarefa fascinante. Envolve uma série grande e crescente de aprendizados que vão desde saber do se trata a Estação, sua altitude, velocidade, etc., até conceitos avançados de geografia e dinâmica dos objetos envolvidos. No início as tentativas geram diversas frustrações, seja porque não entendemos os números envolvidos no rastreio ou porque o céu estava repleto de nuvens.
Depois de várias tentativas e pesquisas, quando finalmente conseguimos ver a ISS cruzar o céu, a satisfação é tão grande que não temos palavras para descrever. Só quem já passou por esse momento sabe o que ele significa. É a mesma sensação que temos ao passar no vestibular, quando constatamos que nossos esforços foram recompensados! Uma vez que se aprende a rastrear e ver a ISS, as outras tentativas vão se tornando mais corriqueiras, mas só quando olhamos pra trás é que percebemos quantas coisas tivemos que aprender e pesquisar antes que isso fosse possível. Recentemente, já sabendo que o complexo espacial cruzaria o céu da Holanda, o astrônomo amador Ralf Vandebergh não poupou esforços para ver a ISS bem de perto e durante toda a passagem pelo céu seguiu a Estação com seu telescópio de 10 polegadas. Vandebergh sabia o momento exato em que o engenho iria atingir a elevação máxima possível de 90 graus - ponto de maior aproximação de qualquer satélite - e disparou a máquina fotográfica acoplada ao seu instrumento. A foto feita por Vandebergh mostra toda estrutura do complexo espacial, os painéis solares, laboratórios científicos e até mesmo o cargueiro europeu Julio Verne acoplado. No entanto, segundo o próprio Vandebergh, o que mais chamou a atenção foram os dois radiadores térmicos completamente abertos e raramente fotografados. A ISS é fortemente vedada contra o frio do espaço exterior e o calor gerado pelas pessoas e equipamentos em seu interior leva muito tempo para ser dissipado. Se nada fosse feito a temperatura subiria e tripulação seria literalmente cozida no interior da nave. Neste momento entram em cena os radiadores. O sistema de arrefecimento da ISS funciona de forma muito similar ao radiador dos automóveis, com a diferença que usa amônia com 99.9% de pureza no lugar da água. O motivo é simples: a água fatalmente congelaria dentro dos dutos no exterior da Estação, enquanto o amoníaco permanece líquido. Além de servirem para dispersar o calor do interior da ISS, os radiadores são altamente refletivos, o que adiciona ainda mais brilho à ISS, tornado mais bela sua passagem pelo céu. Como vimos, se observar a ISS já é uma tarefa que exige grande quantidade de passos, fotografar a Estação em movimento é uma tarefa ainda mais complexa, pois exige mais equipamentos e uma dose ainda maior de conhecimentos, que como você sabe, só se aprende com muita leitura e pesquisa. Como você leu este artigo até aqui, acreditamos que você tenha exatamente esse perfil. Então... Que tal experimentar?
Foto: ISS em órbita sobre a Holanda. Crédito: Ralf Vandebergh. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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