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Sexta-feira, 22 ago 2008 - 11h13

Telescópio Hubble desvenda monstro magnético em galáxia próxima

Com a ajuda do telescópio espacial Hubble, cientistas europeus e norte-americanos parecem ter encontrado a resposta de um antigo enigma ao resolverem o mistério que envolve os gigantescos filamentos coloridos vistos ao redor da galáxia NGC 1275.

Galáxia NGC 1265

A NGC 1275 é uma das galáxias elípticas mais próximas da Via Láctea, onde um buraco negro supermassivo em seu interior sopra bolhas de partículas eletromagnéticas ao redor da galáxia. Segundo os cientistas, esses filamentos são manifestações visíveis de um intrincado relacionamento entre o buraco negro central e os aglomerados de gás ao redor. Os filamentos se formam quando o gás frio do núcleo da galáxia é expulso para fora, criando as bolhas.


Tentáculos Gigantescos
A quantidade de gás contido em um único filamento chega a 1 milhão de vezes a massa do Sol e sua largura não ultrapassa 200 anos-luz. No entanto o comprimento se estende a mais de 20 mil anos-luz.

As primeiras imagens do material que compõe os filamentos foram obtidas pela equipe do astrofísico Andy Fabian, ligado à universidade de Cambridge, no Reino Unido, utilizando os dados captados pelo telescópio Hubble.


Novos Conhecimentos
Antes das imagens do Hubble os cientistas enfrentavam dificuldades para compreender como essas estruturas tão delicadas se mantiveram estáveis por mais de 100 milhões de anos. "Pelo nosso conhecimento elas deveriam se aquecer e evaporar ou então vir estrelas, mas agora entendemos que os campos magnéticos mantêm o gás no lugar e impedem que se colapse.", disse Fabian.

"Agora constatamos que os campos magnéticos são fundamentais para a sobrevivência dessa rede de filamentos e sem eles essas belas estruturas não conseguiriam se manter virariam estrelas."

O trabalho de Fabian e sua equipe foi publicado essa semana (08/2008) na revista científica britânica "Nature".

Foto: Galáxia NGC 1275, também chamada de Perseu A, situa-se no centro do aglomerado da galáxia de Perseu. A galáxia é muito ativa, e suas emissões no espectro de rádio são bem conhecidas dos astrônomos. Devido à presença de um buraco negro supermassivo em seu centro, NGC 1275 também emite fortemente no espectro de raios-x. A foto é uma composição de imagens do telescópio Hubble, do radiotelescópio NRAO e do telescópio espacial de raios-x Chandra. Créditos: NASA, ESA, NRAO and L. Frattare (STScI).

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