Quinta-feira, 4 dez 2008 - 09h52
Quando observamos Vênus através de um pequeno telescópio, sua aparência nos lembra uma pequena esfera difusa. Com o passar do tempo também é possível ver que o planeta apresenta fases e seu brilho varia bastante, porém sempre forte. A aparência difusa de Vênus é causada pela densa camada de nuvens, que observada aqui da Terra sempre parece homogênea.
No entanto, chegando mais perto e observado através de outros comprimentos de onda não visíveis, Vênus se revela surpreendentemente vivo e turbulento, o que permite aos cientistas estudarem as condições físicas e dinâmicas do vizinho planeta. Para ver Vênus bem de perto e de maneira diferente de nossos olhos, cientistas europeus utilizam os dados dos sensores da sonda Venus Express, que escaneia o planeta através de diversos comprimentos de onda, a 30 mil quilômetros da superfície. Visto através ultravioleta (0.365 micrômetros), Vênus apresenta numerosas características de alto contraste. A causa é a distribuição não homogênea de misteriosos componentes químicos na alta atmosfera, que absorvem essa parcela do espectro de luz, criando zonas claras e escuras. O ultravioleta também revela detalhes da estrutura das nuvens e das condições dinâmicas da atmosfera. Observado em comprimentos de onda mais longos, no espectro do infravermelho (5 micrômetros), valiosas informações sobre a temperatura e altitude do topo das nuvens podem ser coletadas e estudadas. Estudando os dados registrados pelos sensores, os pesquisadores concluíram que as áreas equatoriais que aparecem escuras em ultravioleta são regiões de temperatura relativamente altas, com intensa convecção que suspende material das áreas mais baixas. Por outro lado, as regiões brilhantes nas latitudes médias são as áreas onde a temperatura na atmosfera decresce com a profundidade. Essa diferença cria um anel de ar frio, apelidado de "colarinho frio" e aparece bem brilhante nas imagens feitas em ultravioleta. Os valores mínimos de temperatura são sempre verificados no topo das nuvens e tanto nos trópicos escuros como nas regiões mais claras de latitudes médias, os topos estão sempre a 72 quilômetros de altitude.
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