Segunda-feira, 29 dez 2008 - 10h29
Normalmente, a primeira pergunta que um iniciante faz quando vai comprar um telescópio é se vai dar pra ver bem os planetas ou se conseguirá ver os anéis de Saturno. Essa típica questão apresenta uma infinidade de respostas que podem empolgar ou desestimular os mais novos e está intimamente relacionada ao grau de expectativa.
Se o objetivo do interessado é ver através do instrumento imagens semelhante àquelas captadas pelo telescópio Hubble, pode desistir nesse momento. Nenhum telescópio do mundo permite ver imagens desse tipo. Nem mesmo o próprio Hubble. Aquelas imagens maravilhosas que vemos na TV ou no Apolo11 são o fruto de meses de observação automática e captação acumulada da luz das estrelas e galáxias que após serem processadas ainda recebem cores para destacar seus detalhes. Em outras palavras, se um astrônomo fosse ao espaço e olhasse através do Hubble não veria aquelas imagens. Com os telescópios aqui na Terra ocorre a mesma coisa e muitas das maravilhosas imagens feitas nos grandes observatórios óticos não são um "instantâneo" daquele momento. São imagens obtidas após a sobreposição de milhares de momentos, que foram registrados digitalmente ou através de fotografias convencionais em chapas fotográficas.
De modo prático, quanto maior o diâmetro de um telescópio, também chamado de abertura, maior será a quantidade de luz que poderá captar e também maior a será capacidade de ampliação, geralmente limitada a 2 vezes o tamanho da abertura medida em milímetros. Assim, um telescópio comum de 100 milímetros de diâmetro permite ampliar até 200 vezes. Essa é a regra. Se um vendedor lhe oferecer um telescópio que aumenta 600 vezes, mas a abertura é de apenas 60 milímetros, fuja dele! Esse telescópio pode ampliar corretamente no máximo 120 vezes.
Os do tipo refletor (a direita) permitem maior captação de luz e por isso mesmo são mais indicados na observação do céu profundo. Devido ao custo, os modelos refletores são os mais usados pelos amadores. A lente principal usada em um telescópio refrator (visto abaixo) é chamada de objetiva e sua construção é um processo muito caro. A construção de objetivas com mais de 300 milímetros de diâmetro esbarra em limites físicos quase intransponíveis o que encarece sobremaneira os telescópios refratores. Normalmente, telescópios desse tipo são encontrados com facilidade desde que seu diâmetro não ultrapasse 150 milímetros. A partir daí o custo sobe exponencialmente com o aumento do diâmetro.
O telescópio espacial Hubble, por exemplo, utiliza esse tipo de construção e seu espelho principal mede 2.4 metros de diâmetro.O telescópio de Monte Palomar, nos EUA, um dos maiores do mundo, tem um espelho esférico de 5 metros de diâmetro. São comuns os telescópios amadores desse tipo, com diâmetro variando desde 100 milímetros a mais de 300 milímetros.
LEIA MAIS NOTÍCIAS
Se você precisa de uma base de dados de latitude e Longitude das cidades brasileiras, clique aqui.
|
|
Apolo11.com - Todos os direitos reservados - 2000 - 2024
"O homem é sábio quando procura a sabedoria. Quando pensa que a encontrou é burro." - Talmud -