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Sexta-feira, 20 fev 2009 - 09h32

Telescópio detecta a maior explosão já vista no Universo

Com auxílio do Telescópio Espacial Fermi, cientistas da Universidade de Stanford, nos EUA, registraram a maior explosão de raios gama já observada no Universo. Segundo o anúncio, divulgado pela revista Science, a explosão bateu todos recordes de intensidade, energia e deslocamentos já registrados.

Batizada GRB 080916C e detectada no espectro dos raios gama, a explosão foi registrada em setembro de 2008 na constelação de Carina e de acordo com os dados coletados foi equivalente a 9 mil supernovas explodindo ao mesmo tempo.

A detecção ocorreu através do instrumento LAT (Large Area Telescope), a bordo do telescópio espacial Fermi e foi registrada durante 100 segundos após seu surgimento em 16 de setembro de 2008, à 00h12 UTC. Trinta e duas horas após, a equipe liderada por Jochen Greiner, do Instituto Max Planck para Física Extraterrestre, da Alemanha, captou o evento em sete diferentes comprimentos de onda, através do telescópio de 2.2 metros do Observatório de La Sila, no Chile.

As observações permitiram à equipe de Greiner concluir que a erupção explosão ocorreu a 12.2 bilhões de anos-luz da Terra e produziu pulsos de raios gama 99.99% da velocidade da luz.

"Estávamos aguardando por esse momento", disse Peter Michelson, principal cientista da missão Fermi junto à Universidade Stanford. "Emissões explosivas nestes níveis de energia são muito pouco compreendidas, e o telescópio Fermi é uma das ferramentas que temos para compreendê-las".


Supernovas
As explosões de raios gama são os eventos mais brilhantes do universo e ocorrem durante a fase supernova de uma estrela com mais de 10 massas solares. Essa fase acontece quando a estrela esgota seu combustível nuclear e explode, produzindo um brilho extremamente luminoso que lentamente vai se exaurindo até se tornar invisível. Durante a fase supernova, que pode durar várias semanas ou meses, jatos de material estelar são lançados em direção ao espaço em velocidades próximas à da luz.

Ao mesmo tempo em que a estrela colapsa e retrai atraída pela própria gravidade, o material ejetado interage com o gás eliminado anteriormente, provocando um intenso brilho que desaparece em pouco tempo.

Em 1054 a Pulsar do Caranguejo explodiu e se transformou em uma supernova. O evento foi observado por astrônomos árabes e chineses, que relataram que o brilho era tão intenso que podia ser visto até mesmo durante o dia.


Fotos: no topo, composição de imagens nos espectros visível, ultravioleta e raios-x, mostram a supernova GRB 080916C registrada logo após sua explosão. No detalhe a explosão vista a partir do telescópio Max Planck, no observatório de La Sila, no Chile. Créditos:NASA/Swift/Stefan Immler - Mpe/Grond - Nasa/Doe/Fermi Lat.

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