Segunda-feira, 14 mai 2018 - 09h45
Hoje em dia as imagens de satélites são tão comuns que são usadas em diversos ramos da atividade humana. Ver a Terra do alto é uma coisa corriqueira e sempre fascinante, mas para chegar ao nível de detalhamento atual um longo caminho teve que ser trilhado, mas o esforço valeu a pena.
Clique para ampliar No dia 7 de março de 1947, não muito tempo depois da Segunda Guerra Mundial e muitos anos antes do Sputnik marcar o início da Era Espacial, um grupo de soldados e cientistas no Novo México, EUA, ficaram maravilhados com algumas fotos granuladas, em preto e branco. Eram as primeiras imagens feitas da Terra de uma altitude superior a 160 km de altitude, considerada a fronteira do espaço. Os experimentos, parte do programa Pequeno Passos, tiveram início um ano antes, em 1946, após a apreensão de diversos foguetes V-2, capturados dos alemães após o fim da Guerra. À frente das pesquisas estava John T. Mengel, um dos pioneiros da Nasa e que mais tarde trabalharia no Projeto Vanguard, o programa de foguetes e satélites dos EUA do final da década de 1950. A função de Mengel era conduzir experimentos científicos na alta atmosfera através de foguetes balísticos, que apesar de não entrarem em órbita atingiam grandes altitudes. Foi Mengel quem projetou e fabricou o primeiro escudo de nariz em substituição à cabeça de ogiva que equipava as originais V-2. Em seus experimentos Mengel equipava os foguetes com câmeras filmadoras, que na ocasião ainda registravam as cenas em preto e branco. Antes do "Pequenos Passos", a fotografia terrestre de maior altitude havia sido feita pelo balão Explorer II, que alcançou apenas 22 mil metros, mas alto o suficiente para se distinguir a curvatura da terra. As câmeras de Mengel foram ainda mais alto e ao atingirem 5 vezes a altitude do Explorer II revelaram aos cientistas as primeiras imagens da Terra contra a escuridão do espaço. No entanto, Mengel e sua equipe ficaram ainda mais impressionados ao colar lado a lado os quadros do filme. Em uma única foto já era possível ver mais de 2 milhões de quilômetros quadrados da superfície da Terra. Nada mal para uma foto feita na década de 1940, quando o Sputinik ainda era apenas um sonho!
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