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Terça-feira, 7 abr 2009 - 09h07

Cientistas confirmam novo encolhimento das geleiras do Ártico

Cientistas da Nasa e do Centro Nacional de Dados de Gelo e Neve, NSIDC, dos EUA, divulgaram no início desta semana uma nova sequência de imagens de satélite que mostram claramente a rápida diminuição da camada de gelo perene do Ártico. Segundo os pesquisadores, a extensão de geleiras permanentes entre o inverno de 2008-2009 foi a quinto menor da história.

As novas medidas mostraram que a máxima extensão alcançada pelo gelo durante a estação foi registrada em 28 de fevereiro, quando atingiu 15.1 milhões de quilômetros quadrados, ou 720 mil quilômetros quadrados a menos que a média registrada entre o período de 1979 e 2000. A diminuição do gelo equivale a uma área maior que toda a Região Sul do Brasil, que tem 577 mil quilômetros quadrados.

Camada muito fina
De acordo com James Maslanik, professor do departamento de ciências da Universidade de Boulder, nos EUA, as imagens mostram que o gelo grosso e mais antigo está diminuindo e dando lugar à camadas de gelo mais novo e delgado, muito mais vulnerável ao aquecimento. Segundo Maslanik, a Terra está muito próxima de perder totalmente o gelo permanente do Ártico, uma vez que 58% da camada atual tem entre dois e três anos de existência. Na década de 1980 o gelo recente ocupava apenas 35%, sendo o restante da camada formado por gelo espesso e rígido.

Prova decisiva
O gelo ártico do Ártico tem papel especialmente importante no mecanismo de resfriamento das massas de ar e água e influencia diretamente na circulação oceânica e na reflexão da radiação solar.

"Estamos caminhando para o verão de 2009, quando haverá uma grande retração natural. A questão é saber se o gelo recente, que tem menos de dois anos de vida, vai sobreviver ao derretimento", disse Maslanik.

"Se a camada mais jovem conseguir resistir poderá ser um bom começo para a recuperação da camada permanente, caso contrário será extremamente difícil restabelecer as mesmas condições típicas de 20 ou 30 anos atrás", completou Maslanik.



Artes: No topo, região do mar glacial Ártico vista através de imagem de satélite. O avanço do gelo no inverno entre 2008 e 2009 foi reduzido em 720 mil quilômetros quadrados, maior que a toda a Região Sul do Brasil, que tem 577 mil quilômetros quadrados. Acima, animação divulgada pelos cientistas mostra o avanço do gelo mais novo, visto em laranja, sobre as áreas antigamente ocupadas pelo gelo perene e espesso. Créditos: Nasa/NSIDC/Boulder University.

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