Segunda-feira, 4 mai 2009 - 09h46
Apesar dos narizes eletrônicos serem largamente empregados na indústria de alimentos e bebidas, eles ainda não foram empregados no espaço. Pensando nisso a agência espacial americana, NASA, também resolver criar seu próprio nariz artificial com a finalidade de detectar elevadas concentrações de poluentes que possam ser letais aos astronautas.
O nariz robótico em desenvolvimento é muito similar ao sistema olfativo humano e apesar de menos sensível é capaz de detectar uma grande gama de cheiros. Mas as semelhanças param por aí. "O cheiro inclui numerosas moléculas com tamanho e formato específico que são detectadas em nosso nariz por mais de 100 milhões de receptores", explicou James Covington da universidade de Warwick. "Esses receptores capturam as diferentes moléculas que chegam em tempos e velocidades diferentes e fornecem ao cérebro uma gigantesca gama de sinais que são interpretados como odores diferentes", disse Warwick. No caso do nariz eletrônico, o papel dos receptores é desempenhado por uma minúscula matriz eletroquímica capaz de identificar padrões moleculares quando ligada ao um computador ou rede neural. Uma rede desse tipo pode ser definida como um conjunto de computadores que funciona de maneira semelhante ao cérebro de um pequeno animal.
De acordo com Covington, o novo sensor foi capaz de distinguir com grande habilidade os cheiros do leite e do creme, muito difíceis de serem detectados quando misturados. Além disso, apresentou sensibilidade excepcional aos poluentes ao detectar concentrações inferiores a 10 mil partes por milhão.
No ramo da medicina o nariz eletrônico deverá ser usado para "cheirar" as células do organismo, permitindo diferenciar as células normais das cancerosas através do olfato. Segundo Babak Kateb, co-autor do trabalho e diretor da Fundação de Mapeamento Cerebral, o estudo abrirá novas possibilidades de pesquisa e auxiliará os neurocirurgiões na guerra contra o câncer.
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