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Terça-feira, 5 mai 2009 - 09h09

Asteróide passa despercebido e deixa pesquisadores intrigados

Um asteróide recém descoberto deixou intrigados os astrônomos que estudam os objetos próximos à Terra. Segundo os pesquisadores o novo objeto orbita o Sol em sentido inverso ao usual e deveria ter sido observado com facilidade durante a aproximação no ano 2000, mas isso não aconteceu.

Batizado de 2009 HC82, o asteróide mede aproximadamente 3 quilômetros de comprimento e foi descoberto pela Nasa através do telescópio de 1500 milímetros do Centro de Pesquisa Catalina, localizado em Monte Lemmon, no Arizona.

A partir do estudo feito por cinco grupos diferentes de observadores, a astrofísica Sonia Keys, ligada ao MPC, Centro de Planetas Menores, da União Astronômica Internacional, calculou que 2009 HC82 leva 3.29 anos para completar uma órbita em torno Sol.

Devido ao seu grande tamanho e distância relativamente pequena, cerca de 3.5 milhões de quilômetros, o asteróide é considerado um objeto potencialmente perigoso.

O tipo de órbita de 2009 HC82 também chama bastante atenção dos cientistas. O asteróide circula o Sol com 155 graus de inclinação em relação ao plano da órbita terrestre, fazendo com que o objeto viaje em sentido oposto aos demais planetas. Isso o coloca em um grupo muito raro de objetos retrógrados, em que até agora apenas 20 foram descobertos.


Nuvem de Oort
No entender de Brian Marsden, do MPC, existe a possibilidade de que o novo asteróide seja originário da distante Nuvem de Oort, uma região que envolve o Sol a cerca de 100 mil UA, composta de bilhões de núcleos cometários que eventualmente são lançados em direção ao Sol devido a alguma perturbação em sua órbita. Segundo Marsden, 2009 HC82 é provavelmente o resto de um cometa que se apagou.

Segundo o cientista, o formato e o tamanho da órbita do novo objeto é bastante muito similar a do cometa Encke, exceto pela grande inclinação verificada.


Invisível
Atualmente, 2009 HC82 se encontra além da órbita de Marte, mas devido à sua órbita retrógrada se aproxima periodicamente da Terra. Isso significa que ano 2000 o asteróide passou próximo ao nosso planeta e deveria ter sido facilmente detectado, mas para preocupação de Marsen, não foi. "Deveríamos tê-lo observado facilmente em 2000, mas então, por que não o vimos?", questiona o pesquisador que acredita que as novas observações ajudarão a responder esta pergunta.



Foto: Imagem compara o tamanho de três grandes asteróides. À esquerda o asteróide Mathilde, registrado pela sonda NEAR, em junho de 1997. No centro o asteróide Gaspra e à direita Ida, ambos registrados pela nave Galileo em 1991 e 1993 respectivamente. Os objetos são representados na mesma escala. Mathilde mede 59x47 km e é o maior deles . Crédito: NASA/Near Earth Object Program.

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