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Quinta-feira, 7 mai 2009 - 09h09

Cientistas conectam primeiras antenas do radiotelescópio Alma

Cientistas e engenheiros que trabalham na construção do maior radiotelescópio do mundo conseguiram esta semana conectar com sucesso as duas primeiras antenas do projeto, sincronizando observações experimentais do planeta Marte com precisão de 1 trilionésimo de segundo.

Os testes foram feitos no dia 30 de abril, quando a equipe observou as primeiras franjas interferométricas após a conexão de duas antenas de 12 metros de diâmetro, localizadas no deserto de Atacama, no Chile, a 2900 metros de altitude. A conexão das antenas é parte crucial do projeto ALMA e quando finalizado contará com 66 antenas interligadas, formando o maior radiotelescópio do mundo.


Franjas de Marte
O alvo escolhido para o primeiro teste foi o planeta Marte. Através das duas antenas conectadas os cientistas mediram as diferentes franjas - padrões regulares de sinal detectados por um interferômetro conectado à antena - à medida que o planeta se movia na abóbada celeste.

"Estamos muito orgulhosos em fazer com sucesso essa primeira observação. Ela prova que todos os componentes individuais estão trabalhando corretamente, o que nos deixa ainda mais perto do objetivo final", disse Wolfgang Wild, diretor europeu do projeto ALMA, uma cooperação internacional feita entre países do leste asiático, Europa, EUA e Chile.


Radiotelescópio
ALMA significa "Grande Arranjo Milimétrico e Sub-milimétrico do Atacama" (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array) e consiste em um conjunto de antenas capazes de captar ondas eletromagnéticas no espectro milimétrico e submilimétrico emitidos por planetas, galáxias e estrelas.

Durante a operação, as 66 antenas serão combinadas para formar imagens de altíssima resolução, similar às que seriam obtidas por uma única antena gigante de 16 quilômetros de diâmetro.

"Isso só será possível se todas as antenas estiverem altamente sincronizadas, com precisão superior a 1 trilionésimo de segundo entre os equipamentos", disse Richard Murowinski, engenheiro do projeto na Organização Astronômica Européia. "Cada antena estará separada por muitos quilômetros, em um ambiente extremo de fortes ventos, altitude elevada e grandes variações de temperatura. Isso aumenta a complexidade do projeto e nos coloca à frente de um grande desafio", explicou Murowinski.

Cada par de antenas constitui o bloco básico do sistema imageador, que permitirá ao telescópio fornecer imagens de grande resolução, próximas ou superiores a dos telescópios óticos. Cada antena é conectada eletronicamente com cada uma das outras antenas, formando diversos pares, cada um deles contribuindo com informações únicas que serão novamente combinadas para formar uma única imagem altamente detalhada do objeto sob estudo.

Quando finalizado, as 66 antenas formarão milhares de pares individuais equivalente a uma grande antena de 16 quilômetros de diâmetro. Isso permitirá ao ALMA ver objetos celestes com nitidez muitas vezes superior aos melhores telescópios espaciais, além de complementar as observações que atualmente são feitas com interferômetros óticos, como o VLTI, também instalado no Chile.



Artes: As cenas mostradas mostram duas concepções artísticas do radiotelescópio ALMA, localizado nos Andes chilenos. No topo, visão em perspectiva mostra duas antenas "montadas" sobre paisagem real. Acima, visão aérea simulada mostra como será o complexo ALMA após concluído. Crédito: ESO - European Organisation for Astronomical Research in the Southern Hemisphere.

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