Segunda-feira, 17 ago 2009 - 08h48
Aeronaves infláveis não são uma idéia original. São balões de ar quente ou dirigíveis, que vez ou outra são vistos cruzando os céus em diversas partes do mundo. Mas imaginar um escudo espacial inflável que possa aguentar as altas temperaturas da reentrada na atmosfera não é uma tarefa muito fácil, mas é exatamente nisso que a Nasa está trabalhando.
Clique para ampliar Nesta segunda-feira, a agência espacial americana deverá realizar o primeiro teste de um escudo térmico inflável e que segundo os envolvidos no projeto, terá a capacidade de proteger o casulo principal das naves espaciais contra o forte calor provocado pelo atrito durante a fase de reentrada terrestre. Batizado de IRVE (Inflatable Re-entry Vehicle Experiment), o dispositivo mede apenas 40.6 centímetros e será enviado ao espaço através de um foguete de prospecção de dois estágios, lançado a partir da ilha de Wallops, na Virgínia. Quando o foguete atingir a altitude de 209 km o experimento será separado do veículo e três minutos depois será inflado com nitrogênio até atingir cerca de 3 metros de diâmetro. O tempo total de vôo será de aproximadamente 20 minutos e durante esse período os parâmetros serão monitorados através de telemetria e câmeras ao vivo. De acordo com os pesquisadores, o momento mais crítico para o experimento terá 30 segundos de duração, contados a partir do momento de enchimento total até a reentrada na atmosfera. Não existe planos para resgate do equipamento, que deverá cair no oceano Atlântico a 90 km da base de lançamento. De acordo com Neil Cheatwood, cientista chefe do Projeto Hypersonics da Nasa, o conceito dos escudos e naves infláveis poderá ajudar a aterrissar objetos de grande porte na superfície de Marte. "Temos muito interesse em levar objetos bastante pesados até o Planeta Vermelho, mas para isso precisamos maximizar a superfície de reentrada das naves e fazê-la o maior possível, mas as limitações esbarram principalmente no diâmetro dos foguetes por isso a idéia dos infláveis pode representar um importante passo para transpor essa limitação", disse Cheatwood. A idéia dos desaceleradores infláveis tem mais de 40 anos, mas diversos problemas de ordem técnica impediram sua construção, entre eles a capacidade dos materiais aguentarem a temperatura de reentrada. No entanto, o avanço de materiais dos últimos anos - especialmente o Kevlar revestido de silício - e uma melhor compreensão da atmosfera marciana, permitiram aos cientistas desenvolverem novos métodos de construção, que serão finalmente testados.
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