Terça-feira, 25 ago 2009 - 09h46
Fotografar descargas atmosféricas em dias de tempestade é uma tarefa relativamente fácil, principalmente com as máquinas digitais modernas. Difícil mesmo é registrar um Gigantic Jet, um estranho raio com mais de 50 km de comprimento que nasce no topo das tempestades e sobe em direção à ionosfera.
Clique para ampliar Como os Gigantic Jets não acontecem a todo momento, para registrá-lo é necessário ter bastante sorte e estar no lugar certo na hora certa, atributos que fazem do cientista Steven Cummer, da Universidade de Duke, na Carolina do Norte, um verdadeiro caçador de raios. Desde 2001, imagens dos Gigantic Jets só foram registradas cientificamente em cinco ocasiões diferentes, o que faz o evento ser ainda bastante desconhecido entre os pesquisadores. No entanto, em seu último registro o cientista consegui registrar um raio de longa duração o que permitiu a Cummer realizar importantes medições no campo eletromagnético gerado, possibilitando uma maior compreensão desse raro fenômeno. O registro foi feito durante uma tempestade a mais de 200 km da costa da Carolina do Norte e teve duração aproximada de 1 segundo, tempo suficiente para que os instrumentos de Cummer pudessem realizar as medições e confirmar a dinâmica do raio. "A confirmação de que os Gigantic Jets se estendem desde o topo da tempestade até a borda da ionosfera fornece uma nova visão de como funciona o circuito elétrico global", disse Brad Liborio, diretor do programa de ciências atmosféricas da Fundação Nacional de Ciências, NSF, dos EUA.
De acordo com as medições, a quantidade de energia entre os dois tipos de raios são muito parecidas, mas os Gigantic Jets se deslocam muito mais rapidamente, uma vez que o ar menos denso entre as nuvens e a atmosfera oferece menos resistência ao deslocamento. Segundo Cummer, um relâmpago convencional segue por um canal de aproximadamente 15 centímetros e percorre cerca de 7 km até chegar ao solo. No caso dos Gigantic Jets registrados os cientistas observaram inúmeros canais, com deslocamentos sempre superiores a 50 km.
Cummer mantém uma câmera de altíssima sensibilidade luminosa, programada para iniciar a gravação caso haja condições meteorológicas favoráveis. O equipamento estava ajustado para capturar outro fenômeno similar, conhecido como sprites, fotografados pela primeira vez em 1989. Os Sprites são descargas elétricas azuladas ou avermelhadas, que ocorrem acima das nuvens de tempestade, mas ao contrário dos Gigantic Jets, projetam seus canais para baixo. Clique para ampliar
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