Sexta-feira, 6 nov 2009 - 09h09
Nosso céu está povoado de objetos visíveis. São planetas, estrelas rochas e aglomerados de todos os tipos e tamanhos, muitos deles conhecidos desde as primeiras observações telescópicas e batizados com nomes que lembram bastante sua aparência. Esse é o caso da Nebulosa do Anel, e não é difícil entender porque.
Clique para ampliar Situada a 2 mil anos-luz na direção da constelação de Lyra, a nebulosa planetária do Anel é formada - como bem diz seu nome - por um anel de aproximadamente mil anos-luz de diâmetro e foi vista pela primeira vez em janeiro de 1779 pelo astrônomo francês Antoine Darquier de Pellepoix, que descreveu o objeto como "tão grande quanto Júpiter". No mesmo mês, Charles Messier também observou a nebulosa e a catalogou com o número M57 em seu famoso catálogo de objetos. A foto acima mostra a nebulosa repleta de detalhes e foi obtida pela combinação de imagens captadas por diferentes telescópios. A cena explora a grande quantidade de filamentos que se estendem a milhões de quilômetros de distância da estrela central que pulsa no coração da nebulosa, vista pela primeira vez por Friedrich von Hahn, no ano de 1800. Na cena, a emissão do hidrogênio atômico dentro espectro visível é vista nos tons violetas que compõem os anéis, enquanto a emissão dentro do espectro do infravermelho próximo é vista em tons avermelhados. No canto direito da cena é possível observar a galáxia em espiral IC 1296, distante aproximadamente 61 milhões de anos-luz da Terra. Apesar de ser chamada nebulosa planetária, o material incandescente que dá origem à sua forma não é proveniente de nenhum planeta em seu interior, mas da expansão dos gases da agonizante estrela central, ionizados pela radiação ultravioleta gerada no interior da nebulosa. Estima-se que nos próximos dois mil anos a estrela central já terá esgotado todo seu suprimento de hidrogênio. Sem energia suficiente para produzir a fusão nuclear, se transformará em uma estrela do tipo anã branca e não conseguirá mais iluminar o gás ao seu redor, que lentamente se afasta na direção do desconhecido.
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