Quarta-feira, 2 dez 2009 - 09h31
Cientistas observam restos de refeição de galáxia canibal
Utilizando imagens no espectro infravermelho, astrônomos europeus conseguiram observar o que restou de uma verdadeira refeição cósmica. A cena mostra detalhes da gigantesca galáxia Centaurus A após devorar uma companheira espiral de menor tamanho, além de revelar milhares de enxames estelares em movimento no interior da gigante canibal.
![]() Clique para ampliar Centaurus A, também chamada NGC 5128, é a galáxia elíptica gigante mais próxima da Terra. Situada a 11 milhões de anos-luz, é um dos objetos mais estudados do céu e desde 1847 sua aparência inusitada já tinha chamado a atenção do astrônomo inglês John Herschel. O que Herschel não podia imaginar era que a linda e espetacular formação se deve a uma opaca camada de poeira cósmica que cobre toda a parte central do objeto, formado pelos restos da fusão cósmica entre uma galáxia elíptica e uma galáxia espiral. Segundo os pesquisadores, a fusão ocorreu há cerca de 200 a 700 milhões de anos e consumiu a pequena galáxia rica em gás, o que provavelmente deu origem a novas gerações de estrelas. As primeiras imagens do que restou do banquete foram obtidas através do Observatório Espacial Infravermelho da ESA, a Agência Espacial Europeia, que revelaram uma grande estrutura de 16500 anos-luz. Imagens posteriores captadas pelo telescópio espacial Spitzer, da Nasa, mostraram essa estrutura em detalhes, revelando que o remanescente da galáxia rica em gás desmoronava em direção à galáxia elíptica maior, se torcendo e deformando durante o processo. Atualmente, a fusão entre as galáxias é o mecanismo mais comum para explicar a formação de galáxias elípticas gigantes.
"Existe claramente um anel de estrelas e enxames escondido por trás das camadas de poeira, e as nossas imagens mostram bem isso, com um detalhe sem precedentes,” disse Jouni Kainulainen, ligado ao Observatório Europeu Austral (ESO) e autor do trabalho. "Uma análise mais detalhada desta estrutura poderá fornecer importantes pistas sobre como ocorre o processo de fusão e qual terá sido o papel da formação estelar durante o evento”. As observações também revelaram a existência de um buraco negro super maciço no interior de Centaurus A. Segundo os pesquisadores, sua massa é de 200 milhões de vezes a massa do Sol e 50 vezes mais denso que o buraco negro que se encontra no centro da Via Láctea. Esse buraco negro é continuamente alimentado pela matéria que é atraída para seu interior, tornado a galáxia extremamente ativa, o que faz de Centaurus A uma das fontes eletromagnéticas mais brilhantes do céu, principalmente nos espectro dos raios-x.
LEIA MAIS NOTÍCIAS
Se você precisa de uma base de dados de latitude e Longitude das cidades brasileiras, clique aqui.
|
|
Apolo11.com - Todos os direitos reservados - 2000 - 2025
"Onde é que está a verdade ? perguntou Pôncio Pilatos. E saiu sem esperar a resposta" - Anatole France -