Sexta-feira, 19 fev 2010 - 09h23
Localizada no extremo leste da Rússia, a Península de Kamchatka é um dos lugares com a maior concentração de vulcões em todo o planeta. As atividades são registradas praticamente todos os dias e muitas vezes as erupções acontecem simultaneamente, revelando o insistente movimento magmático localizado abaixo da superfície.
Clique para ampliar Um desses momentos foi registrado no dia 13 de fevereiro de 2010 pelo satélite de sensoriamento remoto Terra. A cena mostra dois vulcões em atividade simultânea, emitindo grande quantidade de cinzas e fumaça que se estendem por diversos quilômetros acima da península. Ao norte vemos o gigantesco vulcão Klyuchevskaya e ao sul seu vizinho Bezymianny. O baixo ângulo do Sol ilumina as enrugadas montanhas de Kamchatka, bem como as paredes das plumas de fumaça voltadas para o sul. Neste tipo de imagem, a cor e o brilho das plumas sugerem que a quantidade de fumaça expelida é bem maior que a quantidade de cinzas em suspensão, que se deslocam para o norte.
A erupção mostrada é consequência de uma série de atividades sísmicas iniciadas em 11 de fevereiro de 2010, detectadas e reportadas pelo Grupo de Resposta de Erupções do Kamchatka, KVERT. Segundo o Grupo, as plumas atingiram 6 mil metros de altitude e foram acompanhadas de fluxos de lava, erupções estrombolianas e arremessos de pedras que atingiram mais de 300 metros acima do topo do vulcão. Erupções estrombolianas são caracterizadas por explosões sequenciais, provocadas pela liberação de gases vulcânicos. Tipicamente ocorrem com diferença de poucos minutos e muitas vezes são ritmadas.
Localizada acima da placa tectônica de Okhotsk, a península de Kamchatka agrupa aproximadamente 160 vulcões, dos quais 70 são considerados ativos. O motivo de tanto vulcanismo é explicado pela posição da península, rodeada ao norte pela placa norte-americana, ao leste pela placa do Pacífico, ao sul pela placa das Filipinas e ao oeste pela placa da Eurásia. A grande quantidade de movimentos de diversas direções comprime e estica a placa da península, forçando o magma a jorrar para fora das montanhas. Ao leste de Kamchatka, a placa do Pacífico afunda 90 milímetros ao ano abaixo da placa de Okhotsk. Além do intenso vulcanismo, esse afundamento cria um enorme vale no fundo do oceano. Chamada de fossa de Kuril-Kamchatka, a depressão tem aproximadamente 10500 metros de profundidade.
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