Sábado, 27 fev 2010 - 11h21
O mega terremoto de 8.8 graus que atingiu a costa do Chile nesta madrugada é um dos maiores tremores que já atingiram o país andino em toda a história. A intensidade do abalo foi equivalente à detonação de 12 mil bombas atômicas similares à que destruiu Hiroxima em 1945 e pelo menos 500 vezes mais potente do que o terremoto de 7.0 graus que destruiu a capital do Haiti em janeiro de 2010.
Enquanto no Haiti o tremor foi causado pelo deslizamento entre a placa tectônica caribenha e norte-americana, o evento do Chile foi causado pelo choque entre a placa tectônica de Nazca, a leste do epicentro e sul-americana, a oeste. Essa mesma movimentação da crosta terrestre também é a responsável pela formação da cordilheira dos Andes, que domina a face ocidental da América do Sul. O mega terremoto ocorreu às 06h34 UTC (03h34 hora local e de Brasília), 35 km abaixo do leito submarino sob as coordenadas 35.846°S e 72.719°W, aproximadamente a 100 km a norte-noroeste de Chillan, 115 km a norte-nordeste da cidade de Concepcion e 325 km a sudoeste da capital Santiago. O evento foi seguido de uma série de aftershocks (sismos secundários que ocorrem após o tremor principal), os mais intensos com magnitude de 6.2 graus, registrado na mesma localidade e outro de 6.9 graus, na costa de Bio-Bio. Diversos terremotos ainda estão sendo registrados na costa chilena, fazendo a costa chilena vibrar por pelo menos 5 horas. Devido à localização, intensidade e profundidade, diversos avisos de tsunamis foram gerados para a costa do Peru, Chile, Equador e Polinésia Francesa, mas até agora não há informação sobre a formação de ondas gigantes. O tremor dessa madrugada foi sentido também em outros países andinos. Em Buenos Aires, diversos prédios foram evacuados e em Lima, capital do Peru, o tremor foi percebido nas ruas e prédios da cidade. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, moradores dos bairros da Mooca, Tatuapé, Bela Vista e da avenida Paulista procuraram a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros para comunicar tremores. O tremor também foi registrado pelo sismógrafo instalado no bairro de Vila Mariana e mantido pelo Apolo11-PainelGlobal, que registrou os principais eventos ocorridos durante toda a madrugada. Clique para ampliar Na primeira imagem vemos a tela do software sismográfico mostrando a série de eventos, desde a chegada das primeiras ondas de compressão do tipo P, até a chegada das ondas do tipo S e de superfície. Clique para ampliar A segunda imagem mostra o registro com mais detalhes. O gráfico revela que as ondas de compressão do tipo P chegaram ao centro de São Paulo as 06:39:07 UTC enquanto as ondas do tipo S, por viajarem mais lentamente atingiram a estação 377 segundos depois, as 06:45:24 UTC. A distância aproximada do epicentro até a estação é obtida multiplicando-se a diferença entre os tempos de chegadas das ondas P e S por 8, o que dá cerca 3016 quilômetros. Clique para ampliar Além do terremoto principal, a série de aftershocks também foi registrada pelo equipamento. Acima vemos o sismógrafo do Apolo11, instalado no bairro de Vila Mariana, em São Paulo
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