Terça-feira, 9 mar 2010 - 18h44
Dois grandes terremotos ocorridos por movimentos tectônicos distintos fizeram o começo de 2010 entrar para a história. Em dois meses, o mundo acompanhou atônito duas enormes tragédias.
Em 12 de janeiro de 2010, um abalo de 7 graus de magnitude ocorrido no Haiti foi provocado pelo deslizamento entre as placas Caribenha e Norte-Americana e deixou pelo menos 230 mil mortos. Alguns dias depois, em 27 de fevereiro, um terremoto de 8.8 graus ocorrido no Chile foi o segundo mais forte do país e aconteceu devido ao mergulho da placa de Nazca abaixo da placa Sul-Americana. Apesar de 500 vezes mais forte, o terremoto do Chile provocou muito menos mortes. Enquanto no país andino o número de vítimas fatais não chegou a 1000, no Haiti a quantidade de mortos ultrapassou 200 mil. O motivo foi a localização do epicentro próximo à zonas populosas e o preparo das pessoas e autoridades diante das tragédias naturais. Vista panorâmica da cidade de Istambul O Haiti convive com inúmeros problemas decorrentes do terremoto de 2010 e o Chile vai precisar de pelo menos três anos para reconstruir as cidades mais atingidas.
Istambul, a capital europeia do país, convive com contrastes, analisa Mustafa Erdik, diretor de um instituto de engenharia de terremotos da cidade. Erdik liderou um estudo onde mapeou uma situação na qual um terremoto poderia matar de 30 a 40 mil pessoas e ferir outras 120 mil.
Em 1999, um terremoto na cidade de Izmit, a 80 quilômetros de Istambul matou 18 mil pessoas, sendo mil nos arredores da cidade. Esse evento aconteceu exatamente na falha de Anatólia do Norte, que passa sob o Mar de Mármara. Um levantamento geológico dos Estados Unidos identificou um padrão de sismos sucessivos nesta falha semelhante ao da falha de San Andreas, na Califórnia.
Na prática, o plano é baseado em códigos de construção mais rígidos, seguro obrigatório contra terremoto e empréstimos de bancos de desenvolvimento internacionais para reforço ou substituição de escolas e outros prédios públicos. Em bairros pobres, também há um trabalho com o treinamento de dezenas de equipes de voluntários, a entrega de kits de primeiro socorros e equipamentos como rádios e pés-de-cabra. Segundo os especialistas em gerenciamento de risco, diante de um grande terremoto cerca de 30 mil linhas de gás natural que cortam a Turquia provavelmente se romperiam, gerando mais de 3 mil focos de incêndio. Diante dessa possibilidade, os planos emergenciais estão focados em manter em pé postos do corpo de bombeiros, hospitais e escolas. Além disso, rádios locais já são obrigadas a manter geradores elétricos de prontidão e companhias de telefones celulares devem apresentar planos que levem em consideração o aumento das ligações em caso de tragédias.
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