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Quinta-feira, 14 out 2010 - 08h52

Telescópio Hubble: estudo confirma choque entre dois asteroides

Descobrir novos asteroides ou vigiar constantemente aqueles que já são conhecidos é uma tarefa bastante corriqueira para os observadores do céu, mas flagrar uma colisão entre eles não é fato tão comum. E foi exatamente isso que o telescópio Hubble conseguiu.

Colisão de asteroides
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Quando as primeiras imagens foram divulgadas em janeiro de 2010, o objeto aparentava ter uma longa cauda, o que levou os pesquisadores a pensar que poderia ser um tipo raro de cometa. No entanto, como a órbita do objeto o encaixava na região do Cinturão de Asteroides, uma hipótese preliminar já apontava para a possibilidade do asteroide ser o remanescente de uma violenta colisão entre dois pequenos corpos.

Batizado de P/2010 A2 pelos cientistas do Linear, um programa do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussets) que pesquisa objetos próximos à Terra, o peculiar corpo celeste passou a ser estudado mais de perto e as tese de que se tratava de uma colisão ganhou força, porém os pesquisadores não sabiam exatamente quando ela tinha acontecido.

Agora, um estudo divulgado pela revista Nature afirma que o choque ocorreu pelo menos um ano antes das primeiras imagens, no início de 2009.

Vento Solar
"Esperávamos que os destroços se expandissem de forma bastante pronunciada, exatamente como os estilhaços partindo de uma granada, mas o que aconteceu foi o oposto", disse David Jewitt, autor do estudo junto à Universidade da Califórnia. "O objeto está se expandindo, mas muito vagarosamente", disse.

Segundo o cientista, a forma semelhante a um cometa é consequência da pressão do vento solar, que espalha os detritos na forma de uma longa cauda. No caso do P/2010 A2, os filamentos são feitos de poeira e cascalho, provavelmente extirpados do interior do núcleo. Com a pressão do vento solar os fragmentos são empurrados para trás, criando a esteira de poeira em linha reta, semelhante a um cometa.

Na imagem, registrada pelo telescópio espacial Hubble, o objeto aparenta ter 400 metros de largura, ligeiramente menor que o tamanho original antes da colisão. No entender dos astrônomos, o choque se deu contra um objeto de aproximadamente 5 metros de largura, a uma velocidade de cerca de 20 mil km por hora, liberando energia equivalente a explosão de uma bomba atômica.

A cena também mostra um curioso padrão em forma de "X", mas ainda não existe uma explicação satisfatória para isso. A primeira suposição é que as colisões entre asteroides não são perfeitamente simétricas, fazendo com que o material ejetado não produza um padrão homogêneo de dispersão. Além disso, a grande longevidade do padrão em forma de "X" se deve basicamente à lenta dispersão do material desde que houve a colisão.



Foto: Imagem captada pelo telescópio espacial Hubble mostra os restos de uma possível colisão entre asteroides, batizada de P/2010 A2. Quando a imagem foi feita, o objeto estava a 150 milhões de quilômetros da Terra. Crédito: NASA, ESA, D. Jewitt (University of California, Los Angeles), LINEAR MIT (Massachussets Institute of Tecnology)

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