Terça-feira, 19 out 2010 - 11h23
Há duas semanas da maior catástrofe ambiental da Hungria, o governo e as autoridades locais não conseguem definir a extensão da contaminação do solo, da água e do ar no território entorno da fábrica de alumínio MAL, onde aconteceu o derramamento de uma grande quantidade de lama tóxica. Mesmo assim, 500 pessoas foram autorizadas a voltarem para casa em uma das aldeias mais atingidas pela lama vermelha.
Clique para ampliar O acidente ocorreu no último dia 4 de outubro quando a parede de um tanque de retenção de resíduos da fábrica se rompeu. Um tsunami de lama vermelha tóxica composta de bauxita e alumínio se espalhou por um córrego da região que transbordou atingindo residências e campos agrícolas de duas principais aldeias, Kolontar e Devecser. Imagens de satélite capturadas por um instrumento avançado da agência espacial americana (Nasa) mostram a dimensão do ocorrido. Na primeira foto a lama vermelha invade áreas verdes e residenciais e o rompimento do muro é bem nítido. Na segunda foto é possível observar o rastro da lama que se estendeu por quilômetros a oeste da região. Várias cidades próximas foram inundadas e em Kolontar e Devecser o lodo chegou a dois metros de altura. O número de vítimas fatais até agora soma nove pessoas e outras cem foram hospitalizadas por queimaduras químicas. De acordo com Instituições ambientalistas, como a WWF (World Wide Fund for Nature), os metais pesados que penetraram no solo e foram absorvidos pela vegetação poderão causar efeitos ambientais por décadas. Para a organização ambiental Greenpeace a volta das famílias é irresponsável, pois ainda não se sabe os efeitos a curto e médio prazo do acidente. A Defesa Civil do país garantiu que o conteúdo das micropartículas tóxicas no ar não alcança níveis ameaçadores à saúde da população. Já o toxicólogo húngaro Gábor Zacher declarou à imprensa que é preciso coragem para determinar que não se pode mais viver nas duas aldeias. O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, prometeu ajuda a todas as famílias atingidas, embora ainda não exista um plano para um deslocamento. O prazo estimado para uma solução é inicialmente o fim do ano. Nesta segunda-feira (18), a empresa responsável pelo acidente declarou que poderá pagar até R$ 12,8 milhões em indenizações para as vítimas no prazo de cinco anos.
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