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Quarta-feira, 27 out 2010 - 09h05

Erupção do Merapi era esperada, mas não adiantou

A erupção do vulcão Merapi, já era praticamente certa desde o dia 21 de outubro, quando os cientistas detectaram uma acentuada inflação da montanha, acompanhada por crescente atividade sísmica. Alertas foram emitidos e todas as atividades de escaladas e trabalhos de mineração ao redor do vulcão foram suspensas. Mesmo assim, pelo menos 25 pessoas perderam a vida na erupção de terça-feira (26/out) .

Erupção do Vulcão Merapi
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O Merapi é um dos mais ativos e perigosos vulcões do planeta e registra erupções em intervalos que variam de 1 a 5 anos. Seu topo é composto de um domo de lava ativo e regularmente produz fluxos piroclásticos. O registro mais antigo de erupção remonta ao ano de 7630 a.C. e a última explosão matou duas pessoas em 2006.


Cronologia
Na quinta-feira, 21 de outubro, a crescente atividade da montanha fez os vulcanólogos passaram de 2 para 3 o Nível de Alerta de erupção, que vai até 4. Desde então a atividade não parou de subir e todos os métodos usados para o monitoramento, incluindo deformação dos flancos e domo, emissão de gás e análise sísmica indicavam que a erupção era apenas questão de horas.

Alertados pelos cientistas, o governo do país criou uma zona de exclusão de 8 km ao redor do Merapi e proibiu todos os passeios turísticos e atividades de alpinismo.

Medições feitas com equipamentos laser no mês de setembro mostraram que a inflação da montanha ocorria a uma taxa de 7 mm/dia (milímetros por dia). Em 25 de outubro a inflação passou a 430 mm/dia e o magma ascendente já era observado a menos de 1000 metros da superfície, no interior da cratera.

Durante o fim de semana foram contados 500 terremotos vulcânicos, o que fez as autoridades declararem estado de Alerta 4, significando que a erupção poderia ocorrer a qualquer momento. 40 mil pessoas foram avisadas para evacuar uma área de 10 km ao redor da montanha.


Erupção
Na manhã do dia 26, terça-feira, o crescimento do domo de lava confirmou que a erupção seria iminente e as primeiras avalanches de rocha derretida foram ouvidas ainda nas primeiras horas do dia, seguida da violenta erupção, que formou uma longa coluna de fumaça e cinzas.

Devido ao vento fraco, o material não se dissipou rapidamente e causou uma chuva de material piroclástico que se concentrou próximo à montanha. Até o momento, 25 pessoas foram encontradas carbonizadas pelas cinzas. Um jornalista que se encontrava na casa do guardião do vulcão se recusou a abandonar o local e também morreu.


Merapi
Localizado na ilha de Java, o Merapi é um vulcão do tipo estrato, formado por diversas camadas de material ejetado em erupções passadas. Elevando-se a 2914 metros acima do nível do mar é uma montanha jovem, de aproximadamente 400 mil anos.

A maioria das erupções do Merapi envolve o colapso do domo de lava, criando fluxos piroclásticos que viajam por mais de 7 quilômetros de distância. Alguns desses fluxos podem atingir até 110 km/h. Estima-se que as erupções do Merapi já ejetaram mais material piroclástico que qualquer outro vulcão na Terra.



Foto: No topo, vulcão Merapi fotografado algumas horas após a explosão de terça-feira. Crédito: Serviço Vulcanológico e Geofísico da Indonésia.

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