Segunda-feira, 22 ago 2011 - 10h59
,A agência espacial americana, Nasa, confirmou que o instrumento MIRI, que faz parte do futuro telescópio espacial James Web, completou a primeira fase dos testes de baixa temperatura. O instrumento foi submetido a uma temperatura extrema de 233 graus negativos durante 86 dias e os dados coletados servirão para calibrar os sensores quando em operação no vácuo do espaço.
Clique para Ampliar Os testes do MIRI (Mid-Infrared Instrument) foram conduzidos por mais de 50 cientistas junto ao Laboratório Espacial Rutherford Appleton, na Inglaterra e é o mais longo e exaustivo teste criogênico a que foi submetido um instrumento astronômico na Europa. O objetivo do instrumento será registrar variações mínimas de temperatura existentes no cosmo e principalmente examinar as primeiras luzes do Universo, além da formação de planetas ao redor das estrelas. Para isso, quando em operação o instrumento deverá ser resfriado a apenas 7 Kelvin (266 graus Celsius negativos), 7 graus acima do zero absoluto, de 273 graus negativos. Junto com outros instrumentos a bordo do telescópio espacial James Webb, o instrumento MIRI ajudará os cientistas a entender melhor como o universo se formou logo após o Big Bang e também como se desenvolvem os sistemas estelares que podem suportar vida. Um dos estudos fundamentais que será feito com o instrumento será o de explorar planetas jovens em torno de estrelas distantes, mas que estão escondidos por gás e poeira quando vistos no comprimento de onda da luz visível. No entanto, como a luz infravermelha penetra nesse ambiente, será registrada pelo instrumento MIRI. Além do sensor em infravermelho, o instrumento também é dotado de um espectrômetro, que poderá revelar a existência de água nesses planetas, bem como nortear futuras investigações sobre a habitabilidade para os humanos. "Milhares de astrônomos vão usar o telescópio James Webb para ampliar o alcance do conhecimento humano para muito além dos limites atuais", disse o cientista John Mather, ganhador do Prêmio Nobel de física de 2006 e pesquisador chefe da Nasa para os dados do telescópio. "Assim como o Hubble reescreveu os livros didáticos, o James Webb vai encontrar novas surpresas e ajudar a responder algumas das questões mais prementes na astronomia", completou o Mather.
É composto de um espelho de 6.5 metros de diâmetro, que enviará a luz coletada a quatro instrumentos científicos: a câmera NIRCam (Near InfraRed Camera), o NIRSpec (Near InfraRed Spectrograph), o MIRI (Mid-InfraRed Instrument) e o FGS-TFI (Fine Guidance Sensor Tunable Filter Camera). Todos os instrumentos foram projetados para trabalhar no espectro infravermelho, entre 0.6 e 27 micrômetros de comprimento de onda, com alguma sensibilidade à luz visível. Com a ampliação do tempo de vida do telescópio Hubble, o lançamento do James Webb está previsto para 2018.
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