Quarta-feira, 14 dez 2011 - 10h31
Atualização: 22 dez 2011 - 11h39Mesmo com poluição, cometa Lovejoy é registrado sobre São Paulo
Mesmo com todas as dificuldades relacionadas à poluição atmosférica e luminosa no horizonte de São Paulo, finalmente conseguimos registrar a trilha ionizada do cometa C/2011 W3 Lovejoy. Clique para Ampliar
A imagem foi registrada às 05h10 BRT (07h10 UTC) com câmera Canon S5, exposição de 13 seg, abertura 5.0 e ISO 200. No momento da cena, o Sol se encontrava 14 graus abaixo do horizonte, enquanto Lovejoy se erguia a 3 graus. Diversos objetos estão presentes na foto, entre eles Mercúrio, Antares e a Lua Crescente. Clique para Ampliar No momento, o cometa está se deslocando rapidamente para o quadrante sudeste no período da manhã, além de estar também mais alto. Imagens feitas por por astrônomos amadores e observatórios solares no espaço mostram que Lovejoy tem características típicas de um cometa em processo de outburst e poderá se romper nos próximos dias. Se isso ocorrer, o brilho de Lovejoy poderá ser amplificado, facilitando a observação no período matutino. Crédito da foto da Austrália: Colin Legg. Três dias depois de dar um verdadeiro show no espaço ao resistir a milhões de graus durante encontro com o Sol, o cometa C/2011 W3 Lovejoy já apresenta sinais de visibilidade e as primeiras fotos por astrônomos amadores mostram uma exuberante cauda ionizada ainda próxima ao disco solar. Lovejoy é um cometa periódico com período orbital de 314 anos, descoberto em 27 de novembro de 2011 pelo astrônomo amador australiano Terry Lovejoy. Seu núcleo de gelo foi inicialmente estimado em 200 metros de diâmetro, mas alguns observadores acreditam que possa ser maior, com cerca de 500 metros. O cometa chamou a atenção dos especialistas quando resistiu à passagem pelo periélio em 15 de dezembro de 2011 sem se desintegrar. Depois de resistir bravamente à fulminante aproximação, imagens do telescópio solar Soho mostraram que um grande fragmento cometário havia resistido e uma nova cauda ionizada estava se formando. Desde então o cometa se tornou o centro das atenções, tanto de amadores como de profissionais, que voltaram suas lentes para as proximidades da estrela na tentativa de ver, registrar e estudar o bravo viajante. As fotos acima foram feitas pelo time de astrônomos amadores Jakub Cerny, Jan Ebr, Martin Jelinek, Petr Kubanek, Michael Prouza, Michal Ringes, todos da República Tcheca, que utilizaram um observatório robótico localizado em Malargue, na Argentina. A primeira é uma composição de duas imagens tomadas separadamente com filtro vermelho e verde e foi obtida com auxílio do telescópio robótico do observatório. A segunda imagem foi feita na mesma localidade, através de câmera digital DSLR montada na estrutura do telescópio. A lente usada na câmera foi uma teleobjetiva de 200 milímetros. Nesta cena, o comprimento total da cauda é de 40 arco-minutos, o equivalente a 80 diâmetros do Sol.
Se você estiver interessado em tentar ver o cometa, preste muita atenção. Lovejoy ainda está muito próximo do Sol e devido ao intenso brilho da estrela não é possível vê-lo a vista desarmada. Se você não tem experiência nesse tipo de observação, não tente fazê-lo. Aguarde mais alguns dias até que a separação angular entre o Sol e Lovejoy seja grande o suficiente para permitir observações nos minutos que antecedem o nascer do Sol. Será mais seguro e com certeza muito mais interessante! Após sobreviver ao periélio na última quinta-feira, o cometa C/2011 W3 continua surpreendendo. Nas últimas horas, o fragmento que restou do cometa formou uma nova cauda ionizada que está chamando bastante a atenção dos observadores. Clique para Animar "É absolutamente espantoso", disse o astrofísico Karl Battams do Laboratório de Pesquisa Naval, dos EUA. "Jamais pensei que o núcleo gelado desse cometa era grande o suficiente para resistir por algumas horas ao mergulho na corona solar de milhões de graus, mas Lovejoy resistiu". Nas imagens do telescópio espacial SDO, Observatório da Dinâmica Solar, a cauda de Lovejoy se contorce freneticamente enquanto o objeto mergulha na tórrida atmosfera do Sol a apenas 120 mil km acima da superfície. Não se sabe ao certo o motivo desse movimento, mas é bem possível que Lovejoy tenha sido golpeado por fluxos de plasma percorrendo a corona. Outra possibilidade é que a dança da cauda seja efeito dos intensos loops eletromagnéticos que permeiam a alta atmosfera da estrela. "Isso tudo é muito novo para nós", disse Battams. "As imagens do SDO nos darão as primeiras impressões sobre a dinâmica do movimento dos cometas no interior da atmosfera solar e como ambos interagem. Isso é pesquisa de ponta", destacou o cientista. O fato de resistir ao periélio, momento da maior aproximação com o Sol, fez os pesquisadores questionarem o verdadeiro tamanho de Lovejoy, estimado inicialmente em 200 metros de diâmetro. "Suponho que Lovejoy tinha pelo menos 500 metros, do contrário isso seria praticamente impossível", disse o astrofísico Matthew Knight.
Enfraquecido, o objeto restante está bastante fragilizado e poderá em breve se romper em diversos fragmentos. Se conseguir se manter unido, deverá continuar a órbita previamente calculada e se tornar visível nos próximos dias antes do nascer do Sol. O cometa C/2011 W3 Lovejoy atingiu a máxima aproximação com o Sol na noite de quinta-feira, mas não se desintegrou totalmente. O objeto tangenciou a borda do disco solar e surgiu do outro lado do astro, sem produzir qualquer efeito explosivo. Não se sabe ao certo quanto de material restou do núcleo cometário, inicialmente estimado em 200 metros de diâmetro. Lovejoy raspou a alta atmosfera do Sol a cerca de 150 mil km de altitude, com velocidade aproximada de 115 mil km/h. Durante a aproximação quase todo o material cometário foi sublimado (passou do estado sólido para o estado gasoso), produzindo uma gigantesca cauda ionizada brilhante e visível nas imagens dos telescópios solares SOHO e SDO, da Nasa. O vídeo acima mostra parte do material cometário ressurgindo após o Lovejoy atingir o periélio.
A ruptura do cometa ocorrerá a 140 mil km da superfície solar, gerando provavelmente uma grande quantidade de gelo pulverizado que deverá brilhar intensamente no comprimento de onda registrado pelo coronógrafo Lasco C3, a bordo do telescópio espacial Soho.
C/2011 W3 Lovejoy faz parte dos cometas da família Kreutz e foi descoberto pelo astrônomo amador australiano Terry Lovejoy, como parte de suas observações corriqueiras. Lovejoy está praticamente colado ao Sol, o que dificulta as observações astronômicas. Sua magnitude é de cerca de 4.6, tornando-o praticamente invisível devido ao céu claro criado pela atmosfera. O cometa ruma contra o Sol e não se sabe ao certo se poderá ou não ser destruído, o que torna o evento bastante interessante. Além disso, é o primeiro cometa da família Kreutz descoberto por telescópio terrestre desde 1970. Você pode acompanhar toda a jornada do cometa rumo ao Sol aqui mesmo no Apolo11, acessando a página de Atividade Solar, onde o evento poderá ser visto através das imagens do telescópio espacial Soho. Caso sobreviva ao periélio, ainda existe a possibilidade de Lovejoy tornar-se visível em plena luz do dia, proporcionando mais um grande espetáculo celeste!
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