Terça-feira, 7 fev 2012 - 09h47
Um recente estudo sobre o balanço térmico da Terra mostrou que apesar da baixa atividade solar verificada entre 2005 e 2010, o planeta continuou a absorver mais energia do que aquela que é devolvida ao espaço, reforçando a tese de que os gases gerados pela atividade humana continuam sendo a força propulsora do aquecimento global.
O estudo foi elaborado por James Hansen, diretor do Goddard Institute for Space Studies, da Nasa e publicado pelo periódico especializado Atmospheric Chemistry and Physics em dezembro de 2011. De acordo com o trabalho, a irradiância solar total - a quantidade de energia produzida pelo Sol que atinge o topo de cada metro quadrado da atmosfera da Terra - normalmente cai cerca de 0.1% durante as diminuições cíclicas da atividade solar, chamadas mínimos solares. Normalmente, esses mínimos solares ocorrem a cada onze anos e persistem aproximadamente por 1 ano, mas o mínimo mais recente persistiu dois anos a mais que o normal, tornando-o o maior mínimo solar já registrado desde o início da Era Espacial. Segundo Hansen, durante os seis anos de baixa atividade solar que durou o estudo, a Terra absorveu cerca de 0.58 Watt a mais por metro quadrado do que devolveu ao espaço. O valor calculado do desequilíbrio é mais que o dobro da quantidade média normal absorvida pelo sistema entre os mínimos e máximos solares, que é de 0,25 por metro quadrado. Identificar a magnitude do desequilíbrio de energia é fundamental para a ciência do clima, pois oferece uma medida direta do estado climático do planeta. Além disso, cálculos de desequilíbrio energético também servem como base para as projeções de mudanças climáticas futuras. Se o desequilíbrio é positivo e mais energia entra no sistema do que sai, o aquecimento da Terra cresce. Se o desequilíbrio for negativo, o planeta resfria. "O fato de observarmos um desequilíbrio positivo, apesar do mínimo solar prolongado não é uma surpresa, pois já aprendemos bastante sobre o sistema climático. No entanto, vale a pena continuar observando já que fornece evidências inequívocas de que o Sol não é o motor principal do mecanismo do aquecimento global", disse Hansen. De acordo com cálculos realizados por Hansen e seus colegas, esses 0,58 watts por metro quadrado de desequilíbrio significa que o nível de emissão de dióxido de carbono necessita ser reduzido para cerca de 350 partes por milhão para trazer o balanço de energia de volta para o ponto de equilíbrio. As medidas mais recentes mostram que os níveis de CO2 estão atualmente em 392 partes por milhão e deverão continuar crescendo.
Uma dessas melhorias veio com a instalação de milhares de boias de livre flutuação que monitoram diretamente a temperatura, pressão e salinidade dos oceanos, desde o topo até uma profundidade de 2 mil metros. Essa rede, chamada Argo, tem crescido dramaticamente nos últimos anos desde que os pesquisadores começaram sua implantação há uma década. Hoje, o sistema está composto de mais de 3400 boias, que diariamente medem e enviam dados em tempo real para os pesquisadores. Para o estudo, Hansen utilizou a rede de boias Argo juntamente com outros dados terrestres e de satélite. As análises mostraram que os oceanos superiores absorveram cerca de 71% do excesso de energia enquanto os mares austrais absorveram 12%. A zona abissal do oceano, entre 3 mil e 6 mil metros absorveu 5% e áreas geladas absorveram 8%. Áreas continentais ficaram com 4%.
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