Quarta-feira, 29 fev 2012 - 10h37
Raios ascendentes são registrados pela primeira vez no Brasil
Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE, conseguiram registrar pela primeira vez no Brasil um tipo bastante raro de relâmpago, que parte da superfície em direção às nuvens. O evento é bastante difícil de ser observado e poucos países têm imagens semelhantes.
![]() O registro foi feito com ajuda de câmeras especiais de alta velocidade, capazes de gravar imagens a 4 mil frames por segundo. Nessa velocidade, eventos ultrarrápidos como raios ou explosões podem ser observados com grande riqueza de detalhes, permitindo aos pesquisadores acompanhar toda a dinâmica envolvida no processo. Durante uma das sessões de observação quatro raios desse tipo foram detectados partindo de uma das torres localizadas sobre o Pico do Jaraguá, na cidade de São Paulo. Os quatro eventos ocorreram em apenas 20 minutos, o que chamou a atenção dos cientistas por ser considerado um número muito alto para um intervalo de tempo tão pequeno. Para se ter uma noção comparativa, o topo do Empire State Building, o edifício mais alto de Nova York, se localiza a 440 metros de altura. Ali, ocorrem em média 26 raios ascendentes por ano.
Segundo o pesquisador Marcelo Saba, ligado ao Grupo de Eletricidade Atmosférica, ELAT, e um dos autores do estudo, os raios ascendentes são em geral artificiais, no sentido de responder às alterações ambientais produzidas pela atividade humana. Eles se originam devido a construções elevadas, como torres de telecomunicação ou para-raios de edifícios altos. Os pesquisadores afirmam que o estudo desse tipo de raio poderá ajudar a estimar qual a frequência e quais as condições necessárias para que ocorra. A pesquisa também poderá aprimorar os sistemas de detecção de descargas atmosféricas que monitoram a incidência de raios no Brasil. Em alguns países, como o Japão, os raios ascendentes têm trazido grandes prejuízos quando atingem turbinas de geração eólica. Como esse tipo de geração de energia tem grandes chances de expansão no Brasil, torna-se relevante intensificar os estudos uma vez que nosso país apresenta a maior incidência de raios do mundo. Poucos países possuem imagens deste fenômeno, entre eles os Estados Unidos, o Canadá, o Japão e a Áustria. Ainda assim, há pouco conhecimento sobre a física e as características dos raios ascendentes, o que torna este registro ainda mais importante para as pesquisas.
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