Segunda-feira, 16 abr 2012 - 07h30
Hoje em dia, a detecção e localização dos terremotos são feitas quase que instantaneamente pelos grandes centros sismológicos do mundo. Com a tecnologia atual, que conta até mesmo com auxílio de supercomputadores praticamente qualquer evento é mapeado em questão de minutos, o que é crucial para a emissão de alertas de tsunami.
Para que os eventos sejam detectados rapidamente, centenas de sismógrafos em todo o mundo são interligados a uma rede mundial chamada GSN - Global Seismographic Network - operada pela organização norte-americana IRIS, que incorpora dezenas de institutos de sismologia em todo o mundo. O GSN, junto à rede global chamada NEIC (National Earthquake Information Center) ou Centro Nacional de Informação de Terremotos, dos EUA, formam a maior rede de detecção de sismos em todo o planeta. Países desenvolvidos que correm riscos reais de sofrerem terremotos de grande magnitude, como EUA e Japão, mantém milhares de sismógrafos particulares operados por instituições ou universidades próprias que também disponibilizam seus dados em tempo real para a rede GSN-NEIC. Estima-se que somente os EUA tenham cerca de 8 mil sismógrafos instalados em sua área continental.
Durante 24 horas, os dados captados por cada instrumento são enviados ao GSN-NEIC em tempo real, onde um supercomputador analisa as componentes harmônicas das ondas registradas. O objetivo é detectar algo que possa fugir ao padrão e intensidade considerados normais para a região onde o instrumento está instalado. Essa análise é feita continuamente para cada um das centenas de sismógrafos que compõe a rede. Quando um tremor acontece, gera ondas sísmicas que se propagam em diversas direções e à medida que se deslocam são registradas pelos sismógrafos, mas em tempos diferentes. O motivo é que sismógrafos localizados próximos ao epicentro do terremoto registrarão as ondas mais rapidamente que aqueles localizados a centenas ou milhares de quilômetros de distância. E é aí está o segredo.
A primeira estimativa de localização do epicentro é feita quanto pelo menos três estações detectam a chegada das ondas, pois ao se conhecer a distância do epicentro em relação a cada uma delas já é possível realizar a triangulação e calcular a posição geográfica do tremor. Apesar de nesse momento já se conhecer a localização geográfica do terremoto, sua profundidade ainda é desconhecida, mas com base em um modelo de terreno o computador "chuta" o que seria a profundidade mais provável para a região, geralmente no limite da astenosfera. Por isso, sempre que ocorre um terremoto a profundidade estimada é quase sempre 30 km quando acontece em áreas continentais ou 10 km quando ocorre em alto mar. Apesar de apenas três sismógrafos serem capazes de permitirem a localização do evento, os dados das outras estações não param de chegar ao supercomputador e à medida que mais dados são computados, melhor é a estimativa de localização do terremoto.
Localizar terremotos usando esse método exige bastante prática na localização das ondas S e P em um sismograma, além de habilidade na determinação dos tempos com bastante precisão, já que um erro de apenas 1 segundo na estimativa da chegada das ondas representa um erro de cerca de 8 km no cálculo da distancia. Mesmo assim, vale a pena praticar. Será um grande aprendizado de como as ondas sísmicas se propagam.
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