Segunda-feira, 10 dez 2012 - 06h48
Por Rogério Leite
Ainda é muito cedo para afirmar que a água líquida já correu pelo gigantesco asteroide Vesta, mas novas imagens feitas pela sonda estadunidense Dawn intrigaram os cientistas espaciais ao revelarem feições que na Terra são tipicamente formadas pelo fluxo de rios.
Clique para ampliar Em uma análise preliminar das imagens feitas pela sonda Dawn, da Nasa, os cientistas identificaram nas paredes de crateras geologicamente jovens diversas voçorocas que chamaram a atenção. Algumas se parecem com rampas retas enquanto outras parecem esculpir caminhos sinuosos que terminam em forma de depósitos sedimentares. Na Terra, a voçoroca é um fenômeno geológico de formação de grandes buracos de erosão causados pela chuva e intempéries em solos onde a vegetação é escassa e não mais protege o solo. "Os sulcos retos que vemos em Vesta são típicos exemplos de livros didáticos de fluxos de material seco, como a areia e são similares aos que temos visto na Lua e que já esperávamos encontrar em Vesta", disse Jennifer Scully, membro da missão Dawn junto à Universidade da Califórnia. (UCLA) "O problema são essas ravinas sinuosas. Foi inesperado e emocionante tê-las descoberto, mas ainda estamos tentando entender o que são", completou Scully. As ravinas sinuosas são mais longas, mais estreitas e mais curvas do que as ravinas comuns. Para tentar entender como se formaram os cientistas foram pesquisar imagens da Terra, Marte e de outros pequenos corpos em busca de algumas pistas. "Na Terra, características semelhantes são esculpidas pela água líquida e são similares àquelas encontradas na Cratera do Meteoro, no Arizona", disse Christopher Russel, principal investigador da missão Dawn também com base na UCLA. Clique para ampliar De acordo com Russel, ravinas semelhantes já foram encontradas em Marte e há debates e controvérsias sobre suas origens. "Precisamos analisar as ravinas encontradas em Vesta com muito cuidado antes de definitivamente especificar sua origem", explicou o cientista. Na verdade, desde que as primeiras ravinas foram vistas em Marte, ao serem registradas pela sonda Mars Global Surveyor, em 2000, os cientistas têm sugerido várias explicações o fenômeno. Alguns apontam como causa principal o fluxo de água líquida que pode ter ocorrido em Marte há milhões de anos, enquanto um estudo feito em 2010 sugeriu que a evaporação do dióxido de carbono poderia ser a causa de possíveis fluxos na superfície marciana.
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