Segunda-feira, 25 mar 2013 - 10h27
Por Rogério Leite
A nova descoberta pode representar um importante passo na compreensão das forças que agem na movimentação das placas tectônicas sobre o manto da Terra e trazer mais luz sobre os processos geológicos básicos do planeta como vulcanismos e terremotos.
Durante décadas os cientistas têm feito inúmeros estudos para entender melhor a dinâmica das placas tectônicas e a cada descoberta individual cresce o conhecimento sobre as forças envolvidas neste processo. Usando uma avançada tecnologia de mapeamento eletromagnético, pesquisadores estadunidenses identificaram uma nova camada de rocha parcialmente derretida com 25 km de espessura situada abaixo da placa tectônica de Cocos, na região onde ela se move sob a América Central, na costa da Nicarágua. A descoberta foi feita pelos cientistas Samer Naif, Kerry Key e Steven Constable, ligados à Scripps Institution of Oceanography (SIO) e pelo oceanógrafo Rob Evans, da Woods Hole Oceanographic Institution, que tiveram o trabalho financiado pela Fundação Nacional de Ciências dos EUA (NSF) e publicado na revista científica Nature. De acordo com Bil Haq, diretor do programa de ciências oceânicas da NSF, as novas imagens ajudam a compreender muito melhor o papel dos fluidos nos processos tectônicos e vulcânicos. As novas imagens do magma foram registradas em 2010 pela expedição do navio de pesquisas Melville e foram obtidas após a implantação de um vasto leque de instrumentos no fundo do mar.
"Foi completamente inesperado", disse Kerry Key. "Estávamos observando para ter uma ideia de como os fluidos interagem com a placa em subducção e encontramos uma camada de rocha derretida em lugar totalmente fora do lugar". Alguns estudos têm demonstrado que a água dissolvida no manto terrestre resulta em uma camada mais dúctil, que facilitaria os movimentos das placas tectônicas, mas a falta de dados ou imagens claras não permitiam confirmar ou desmentir esta ideia. "Nossos dados revelam que água não pode acomodar as características que estamos vendo", disse Samer Naif. "As imagens confirmam que é preciso ter certa quantidade de derretimento no manto superior. Isso é o que cria um comportamento dúctil para as placas deslizarem", explicou Naif.
"Uma das implicações de longo prazo é que vamos entender mais sobre as zonas de interface entre as placas, o que poderá levar a um melhor entendimento dos terremotos e possíveis métodos de previsão", disse Key. O passo seguinte dos cientistas é encontrar a fonte que abastece o magma encontrado, o que poderá aumentar um pouco mais a compreensão da dinâmica do planeta.
LEIA MAIS NOTÍCIAS
Se você precisa de uma base de dados de latitude e Longitude das cidades brasileiras, clique aqui.
|
|
Apolo11.com - Todos os direitos reservados - 2000 - 2024
"O homem é sábio quando procura a sabedoria. Quando pensa que a encontrou é burro." - Talmud -