Sábado, 20 jul 2013 - 16h15
Por Rogério Leite
Apesar da baixa atividade solar dos últimos dias, o Sol continua a surpreender, desta vez revelando um gigantesco buraco coronal que se estende desde o polo norte da estrela até boa parte das latitudes elevadas. É uma região fria e escura, fonte de intensas rajadas de partículas altamente carregadas.
Clique para ampliar Os buracos coronais são uma característica típica do Sol e podem aparecer em diversos lugares durante os diferentes momentos do ciclo de atividade solar. No momento, o ciclo solar 24 está caminhando para seu momento máximo, quando são esperadas tempestades solares muito mais intensas daquelas observadas recentemente, embora alguns pesquisadores acreditem que o ápice desse ciclo já tenha sido alcançado no mês de maio. Durante o período da máxima atividade, conhecido como máximo solar, os campos magnéticos da estrela se invertem e o número de buracos coronais diminui, com os novos buracos coronais surgindo próximos aos polos. Nesta fase os buracos coronais aumentam de tamanho e quantidade, se estendendo dos polos em direção às altas latitudes à medida que a atividade da estrela decresce. Nestas ocasiões, são comuns as formações de buracos coronais ainda maiores que o mostrado na foto, onde um gigantesco buraco na superfície da estrela pode ser observado em tons negros. A cena foi registrada pelo Observatório Solar e Heliosférico SOHO no dia 18 de julho de 2013 e mostra o Sol visto no comprimento de onda ultravioleta extremo, brilhando a mais de 2 milhões de graus. Buracos coronais são regiões escuras, zonas de baixa densidade na atmosfera externa do Sol, a coroa. Por conterem menos material, apresentam temperaturas mais baixas, vistas no ultravioleta extremo em tons mais escuros que as regiões vizinhas, mais quentes. Neste tipo de foto, quanto mais quente mais brilhante é a imagem. Apesar de não serem considerados algum tipo de anomalia, o estudo dessas feições do Sol são fundamentais para a compreensão do clima espacial, pois são a fonte de ventos solares mais intensos que aqueles soprados de outras regiões da estrela. Não se sabe ao certo como esses buracos se formam, mas os estudos mostram que estão relacionados às áreas do Sol onde as linhas dos campos magnéticos se curvam e formam gigantescos loops acima da coroa.
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