Segunda-feira, 5 ago 2013 - 11h55
Por Rogério Leite
Um novo estudo mostra que as mudanças climáticas podem ser associadas historicamente aos conflitos mais violentos e que os padrões atuais de aquecimento pode aumentar significativamente o número de conflitos humanos até o final do século 21.
Clique para ampliar O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia e mostra que quando a temperatura sobe, os casos de agressão também aumentam proporcionalmente. De acordo com o trabalho, publicado recentemente na revista Science, isso poderia levar à consequências imprevisíveis em larga escala uma vez que as mudanças climáticas têm aumentado a temperatura no planeta. De acordo com o estudo, com a tendência de aumento da temperatura o risco de conflito entre grupos pode ser aumentado em 50% em 2050. As conclusões foram feitas com base em uma reanálise de 60 trabalhos que tentam relacionar as mudanças climáticas a padrões de violência observados nos últimos 10 mil anos em todas as grandes regiões do mundo. Os estudos mostraram que tanto nos comportamentos naturais como naqueles observados em laboratório foram encontradas ligação entre calor e violência. De acordo com o paper (trabalho científico) o aumento de temperatura pode ser associado a comportamentos não hostis como excesso de "buzinadas" enquanto dirige até os mais graves como a violência doméstica dentro dos lares, assaltos ou estupros. Além disso, ficou demonstrado que os policiais também são mais propensos a usar a força em períodos de altas temperaturas. Para o pesquisador Solomon Hsiang, principal autor do estudo, os conflitos também estão associados com as chuvas extremas, particularmente nas sociedades mais dependentes da agricultura. Taxas mais elevadas de violência pessoal são encontrados em ambientes de baixa renda, onde a renda proveniente das atividades agrícolas sofre com as condições extremamente úmidas ou secas. "A pesquisa verificou que a civilização Maia entrou em colapso durante os longos períodos de seca", disse Hsiang, observando que o mesmo evento global parece ter derrubado a dinastia Tang na China. "Além disso, eventos de El Nino parecem ter contribuído para o declínio de civilizações tanto na América Central como na China", explicou Hsiang. Em outro trabalho publicado na revista Nature em 2011, Hsiang sugere que o El Nino desempenhou papel decisivo em 21% dos conflitos civis entre 1950 e 2004. As evidências apontam para os países pobres dos trópicos, como o Sudão e Ruanda, como sendo mais afetados dessa maneira.
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