Sexta-feira, 28 mar 2014 - 11h20
Por Rodolfo Bonafim
Os anéis planetários são como que adornos ou adereços ao redor das gemas do espaço celestial e provavelmente, os mais conhecidos do Sistema Solar são os do exuberante e gigantesco planeta Saturno.
Clique para ampliar Mas isso não é uma característica apenas de Saturno. Júpiter, Urano e Netuno também os exibem e guardam entre si, juntamente com Saturno, o fato de serem planetas formados por gases e não por superfícies sólidas como os planetas terrestres Mercúrio, Vênus, Terra e Marte, que são formados por rochas. Outra característica em comum entre Saturno, Júpiter, Urano e Netuno é que todos eles têm um grande número de satélites naturais. Porém, os anéis de Júpiter, Urano e Netuno são menos conhecidos, pois ao contrário dos de Saturno, são tênues e compostos na sua maior parte de partículas microscópicas. Por esse motivo, os anéis de Júpiter só foram descobertos em 1979, pelos instrumentos da sonda norte-americana Voyager. Os de Urano foram revelados apenas em 1977 e os de Netuno somente em 1989, por outra sonda norte-americana, a Voyager 2. Só para se ter uma ideia mais clara, os anéis de Saturno já haviam sido observados por Galileu Galilei pela primeira vez em julho de 1610, embora Galileu não soubesse exatamente que espécie de estrutura tinha observado. Uma imagem mais clara dos anéis só foi possível em 1655, com ajuda de instrumento mais sofisticado, por Christiaan Huygens, que sugeriu que essas estruturas eram o sinal visível de um disco de matéria ao redor do planeta.
Nessa passagem, a estrela que deveria ter "piscado", uma única vez, como era esperado pela passagem de um solitário asteroide, mas diferente do que se esperava, "piscou" diversas vezes, o que revelou um par de densos e estreitos anéis rodeando o referido asteroide, que tem cerca de 250 km de extensão e está situado entre as órbitas de Saturno e Urano. De acordo com o astrônomo brasileiro Felipe Braga Ribas do Observatório Nacional no Rio de Janeiro, os anéis do asteroide têm somente 3 km e 7 km de largura, com uma lacuna entre eles, de 9 km. Felipe é o autor de um trabalho apresentado na Revista Acadêmica Nature de 26 de Março deste ano, onde descreve sua fantástica descoberta. Como este par de anéis são muito estreitos, provavelmente estão confinados e "pastoreados" por pequenos satélites, o que lembra o caso dos anéis de Saturno, onde existem pequenos satélites que tem suas órbitas próximas a determinados anéis, o que os mantém confinados através das forças gravitacionais. São exemplos de satélites pastores, Prometeus e Pandora, satélites de Saturno que "pastoreiam", o seu estreito e mais externo anel “F”. Analogamente, não seria estranho que o asteroide Chariklo possa ter pelo menos um pequeno satélite ainda à espera de ser descoberto.
No caso específico destes inusitados anéis do asteroide, pesquisadores acreditam que, embora não haja um consenso, estes tipos de anéis podem ser formados por resíduos deixados por uma colisão, que poderiam estar confinados dentro dos estreitos anéis pela presença de dois pequeninos satélites, conforme foi comentado acima. Os anéis poderiam provar um fenômeno que potencialmente poderia levar à formação de um pequeno satélite. Em uma escala muito maior, até poderia explicar o nascimento de nossa própria Lua no início do Sistema Solar, bem como, as origens de outras "luas", (satélites naturais), ao redor dos outros planetas e... asteroides! Por aí, vemos a quantidade e a qualidade de tantos fenômenos e eventos que já foram descobertos e assim sendo, só nos resta vislumbrar tantas outras fascinantes descobertas que serão realizadas no futuro próximo. *Nota do autor: Limite de Roche é uma consequência das forças de maré de que um satélite em geral não pode chegar muito perto de seu planeta sem se romper. O limite de Roche é a distância mínima do centro do planeta que um satélite pode chegar sem se desintegrar. O nome de limite de Roche origina-se do astrônomo francês Édouard Roche, que primeiro propôs este efeito e calculou este limite teórico em 1848.
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