Segunda-feira, 26 jan 2015 - 09h42
Por Rogério Leite
Quem acompanha a atividade solar já percebeu que já faz algum tempo que nossa estrela não apresenta grandes explosões. Será que essa calma é apenas momentânea ou seria o prenúncio de um declínio da atividade solar?
Clique para ampliar Para quem não sabe, a cada 11 anos o Sol passa por momentos alternados de alta e baixa atividade eletromagnética, conhecidos por mínimos e máximos solares. Esse período é chamado de ciclo solar ou de Schwabe e desde que as observações começaram a ser feitas já foram contados 24 ciclos até o ano de 2015. Durante o máximo solar, grandes manchas e intensas explosões ocorrem quase diariamente. As auroras surgem nas latitudes médias e violentas tempestades de radiação podem danificar as redes de distribuição de energia e os satélites na orbita da Terra. No Mínimo Solar ocorre o contrário. Quase não existem flares e semanas podem passar sem que uma única mancha quebre a monotonia branca do disco solar. Ao que tudo indica, o ápice do atual Ciclo Solar 24 ocorreu entre setembro e dezembro de 2014, o que significa que a atividade Sol está na fase de declínio, o que explicaria a diminuição das manchas observadas na fotosfera solar e as poucas ejeções de massa coronal, CME, observadas nos últimos meses. A última vez que passamos por um período semelhante foi em 2002, quando o intenso ciclo solar 23 entrou em queda, após um período de severas ejeções de massa coronal e poderosas tempestades geomagnéticas. Ao final de 2009 o Ciclo 23 atingiu o nível mínimo, abrindo as portas para o atual Ciclo 24, que agora também começa a declinar. Os estudos modernos da atividade solar são relativamente recentes e não existem séries históricas muito longas que permitam prever a atividade do Sol baseado em seu comportamento passado. O próprio ciclo de 11 anos não é tão preciso e alguns períodos levaram mais ou menos tempo para serem completados. Clique para ampliar Entre 2008 e 2009, por exemplo, as erupções solares praticamente cessaram e o mínimo solar foi considerado o mais longo e profundo em um século. O sol ficou tanto tempo sem atividades intensas que até os especialistas se perguntavam quando o máximo solar voltaria. O fato é que desde 2002, a atividade solar vem apresentando queda sistemática. Em 2014, o número máximo de grupos solares observados foi 75% menor que o observado em 2001.
De acordo com Doug Bieseker, do Centro de Previsão do Tempo de Clima Espacial, SWPC, da NOAA, a maioria dos grandes eventos, tais como erupções fortes e tempestades geomagnéticas significativas ocorrem tipicamente na fase de declínio dos ciclos solares, mesmo os mais fracos.
Por razões ainda não compreendidas, o ciclo de manchas solares se normalizou no século 18, voltando ao período de 11 anos. Como os cientistas ainda não compreendem o que disparou o Mínimo de Maunder e como pode ter influenciado o clima na Terra, a busca por sinais de que possa ocorrer de novo é um trabalho constante nas pesquisas.
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