Segunda-feira, 23 fev 2015 - 09h57
Por Rogério Leite
Uma poderosa explosão solar foi observada na manhã de sábado na face oposta da estrela e foi causada pelo rompimento do gigantesco filamento que dias antes estava voltado de frente para a Terra.
A ejeção de massa coronal, CME, ocorreu às 10h40 UTC (08h40 pelo horário de verão de Brasília) e lançou ao espaço bilhões de toneladas de partículas carregadas a mais de 1000 km/s. A forte explosão foi detectada por diversos satélites que monitoram o Sol, entre eles o telescópio espacial SOHO e o satélite Stereo-A, que atualmente observa a face oposta do Sol, onde ocorreu a ruptura. O evento ocorreu alguns dias depois que o mesmo filamento estava posicionado em direção à Terra e que devido ao gigantesco tamanho - mais de 700 mil km de comprimento - foi motivo de duas transmissões ao vivo feitas pelo Apolochannel, o canal de vídeo do Apolo11. Clique para ampliar Na ocasião das transmissões nós mostramos o Sol ao vivo e explicamos sobre a origem do filamento, além de comentar sobre um possível rompimento e suas consequências.
Normalmente, os filamentos solares são pequenos e ocupam entre 50 mil e 100 mil km de extensão, mas em algumas ocasiões podem crescer muito e formar longas estradas. A espessura varia pouco, quase sempre ao redor de 1000 km de largura, mas podem se erguer a mais de 120 mil km de altura, formando gigantescas cordilheiras de gás incandescente. As labaredas vistas no limbo do Sol nada mais são que os filamentos vistos contra o fundo negro do espaço. Quando isso acontece passam a se chamar proeminências. O rompimento de um filamento pode ocorrer por diversos motivos, entre eles alguma instabilidade no campo magnético que o envolve ou então quando a pressão do gás aprisionado se torna tão elevada que o campo magnético não consegue mais conte-lo. Quando isso acontece, o gás que estava aprisionado se expande abruptamente em direção ao espaço. Se o filamento é pequeno, o gás retorna à superfície do Sol atraído pela intensa gravidade e magnetismo. Caso o filamento seja muito denso, o gás é arremessado tão violentamente que pode escapar do domínio solar e viajar para muito longe e chegar aos diversos planetas do sistema. Caso atinjam a Terra, as partículas ejetadas podem provocar as chamadas tempestades geomagnéticas, que em sua forma mais branda podem ser vistas na forma das auroras polares. Quando as tempestades são muito intensas podem causar danos bastante sérios em linhas de transmissão de energia, equipamentos a bordo de satélites e panes em sistemas de comunicação e orientação. O rompimento deste filamento não aconteceu quando este estava voltado para a Terra e a ejeção foi direcionada rumo ao espaço profundo, na direção do planeta Mercúrio, que também não foi atingido. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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