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Sexta-feira, 22 jul 2016 - 10h21
Por Rogério Leite

Hubble revela distorção do espaço-tempo prevista por Einstein

A distorção do espaço causada por objetos de grande massa foi prevista a mais de um século por Albert Einstein e pode ser vista claramente nesta imagem, registrada pelo telescópio espacial Hubble.

Lente Gravitacional
A cena mostra o gigantesco aglomerado de galáxias Abell S1063, situado a mais de 4 bilhões de anos-luz, rodeado por diversas outras galáxias aparentemente distorcidas pela curvatura do espaço-tempo.

A cena mostra o gigantesco aglomerado de galáxias Abell S1063, situado a mais de 4 bilhões de anos-luz. Ao redor do aglomerado, diversas outras galáxias também podem ser observadas, algumas delas distorcidas como as imagens vistas em um espelho de parque de diversões.

Essa distorção é conhecida como "distorção do espaço" e é causada pela gigantesca gravidade criada pela presença do aglomerado Abell S1063, que curva o espaço e consequentemente a luz vinda das galáxias vizinhas.

O interessante da cena é que muitas dessas galáxias estão na realidade atrás do aglomerado e só podem ser vistas graças à "distorção do espaço". Esse fenômeno cria uma ferramenta natural conhecida como "lente gravitacional", que curva a luz vinda das galáxias que estão atrás do aglomerado, o que permite que sejam observadas e estudadas pelos astrônomos.


Einstein e o eclipse de Sobral
A primeira vez que a curvatura do espaço-tempo foi observada na prática ocorreu durante o eclipse solar de 1919. Naquela ocasião, um grupo de astrônomos da Royal Astronomical Society de Londres veio até a cidade de Sobral, no Ceará, com o objetivo de medir o desvio da luz de uma estrela ao passar pela borda do disco solar. A ideia era comprovar ou refutar a teoria de Einstein.


Eclipse de Sobral
À esquerda, destaque do New York Times de 10 de novembro de 1919, onde se lê sobre o sucesso da confirmação da Teoria de Albert Einstein. À direita, ilustração do experimento do eclipse de Sobral, publicado pelo London News, em 22 de novembro de 1919.

Segundo Einstein, a luz da estrela deveria ser desviada em 1,75 segundos de arco, duas vezes maior que o previsto pela teoria de Newton.

No dia do eclipse, em 29 de maio, os cientistas fizeram sete boas imagens do fenômeno e em novembro do mesmo ano a Royal Astronomical Society anunciou que os resultados obtidos confirmavam o desvio da luz e consequentemente a teoria de Albert Einstein.

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