Quinta-feira, 23 fev 2017 - 08h42
Por Rogério Leite
Utilizando dados do telescópio robótico Trappist, uma equipe internacional de cientistas confirmou a existência de um novo sistema planetário muito parecido com a Terra e que pelas características orbitais pode desenvolver algum tipo de vida.
A notícia da descoberta foi publicada na revista Nature e é assinada por pesquisadores de diversas universidades dos EUA e Europa. De acordo com o artigo, o novo sistema estelar tem sete planetas com tamanhos e características muito parecidas com as da Terra e estão localizados na chamada zona temperada, cuja distância à estrela faz a temperatura de superfície oscilar entre 0ºC e 100ºC.
Na ocasião, o estudo apontou que três objetos circulavam a estrela muito rapidamente e desde então diversos pesquisadores também passaram a acompanhar o sistema, o que culminou com a descoberta de um total de sete planetas. Além da rede de telescópios TRAPPIST, a campanha de observação também utilizou dados do VLT (Very Large Telescope) no Chile, William Herschel e Liverpool, situados em La Palma e Telescópio Espacial Spitzer, da NASA, que monitorou o sistema durante 20 dias.
Esquema de orbitas do Sistema Trappist-1, composto de sete planetas, seis deles na zona habitável da estrela. Ao redor da estrela giram sete planetas possivelmente rochosos, batizados de Trappist-b,c, d, e, f, g e h. Os dados revelaram que todos os planetas giram muito rapidamente em torno da estrela-mãe. Trappist-B, por exemplo, leva apenas 36 horas terrestres para completar uma revolução. Os planetas G e B são aproximadamente 10% maiores que a Terra enquanto os menores D e H são 25% menores que o nosso planeta. De acordo com o estudo, os planetas E, F e G são os que têm maiores chances de manterem a água em estado líquido, pois possivelmente têm temperaturas médias semelhantes, respectivamente -22, -54 e -74 graus Celsius.
Todas as formas de vida precisam de moléculas de água para seu desenvolvimento, inclusive os extremófilos, que se formam e se desenvolvem em ambientes extremamente hostis (daí seu nome), com índices de umidade próximos à zero. Para Thomas Zurbuchen, administrador associado do Departamento de Missão Científica da Nasa, "responder à pergunta se estamos sozinhos é uma prioridade científica e encontrar tantos planetas com este potencial é um passo notável na direção desse objetivo". LEIA MAIS NOTÍCIAS
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