Quinta-feira, 21 dez 2017 - 10h22
Por Rogério Leite
No último dia 18 de dezembro, o Sol completou 100 dias sem a presença de manchas solares no ano de 2017. A última vez que essa anomalia aconteceu foi em 2009, quando a estrela totalizou 260 dias sem manchas.
Sol, registrado pelo satélite de observação solar SDO, da NASA, em 20 de dezembro de 2017. Essa diminuição da atividade magnética já era esperada, uma vez que estamos mergulhados no pico do mínimo solar. No entanto, quando o comportamento do Sol é observado em escala de tempo maior, observa-se outro fato bastante emblemático: a irradiação solar caiu progressivamente 0.1% desde 1978. Embora a variação de luminosidade seja parte natural do ciclo solar, a diminuição da irradiação e nível de atividade observada por satélites pode, segundo alguns estudos, afetar a química da atmosfera superior e alterar os padrões climáticos globais. Apesar de parecer pequena à primeira vista, 0.1% a menos de irradiação é um número muito expressivo. Normalmente, a Terra recebe 1361 Watts por metro quadrado de energia proveniente da estrela. Considerando que a Terra tem 560 milhões de quilômetros quadrados, a perda de energia diária representa mais que a soma de todas as fontes energéticas terrestres juntas, incluindo as gerações naturais e artificiais. Para tentar entender essa dinâmica estelar e como isso pode influenciar a dinâmica terrestre, a empresa SpaceX levou até a Estação Espacial Internacional um sensor altamente especializado, chamado TSIS-1. O objetivo é coletar dados espaciais ligados ao ambiente solar, que possam trazer novas pistas sobre esse declínio na irradiação. Irradiação Solar desde 1978. Além da menor irradiação, gráficos comparativos mostram que desde 1978 (quando começou a coleta de dados através de satélites) o número de manchas solares (SSN) também vem caindo regularmente, indicando que a atividade magnética da estrela também está passando por algum tipo de anomalia. Os números mostram que nos últimos quarenta anos, o número médio de manchas durante os máximos solares caiu de 200, em 1978, para 100 em 2015.
Por razões ainda não compreendidas, o ciclo de manchas solares se normalizou no século 18, voltando ao período normal de 11 anos. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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