Segunda-feira, 5 nov 2018 - 10h18
Por Rogério Leite
Uma estranha nuvem, similar a de uma erupção vulcânica, foi observada recentemente perto do equador de Marte. A coluna se ergue a 20 km de altitude e segundo os pesquisadores, não está associada a qualquer tipo de vulcanismo naquele planeta.
A interessante nuvem foi clicada pela sonda mars Express, em setembro de 2018. O registro da pluma foi feito pela sonda europeia Mars Express, que vem observando a região desde o dia 13 de setembro. A formação ocorre perto do vulcão extinto Arsia Mons, situado próximo ao equador de Marte. Embora as feições da pluma lembrem a de uma coluna de fumaça expelida por um vulcão, essa sugestão não é verdadeira. Marte não tem qualquer sinal de atividade e tudo leva a crer que seja um planeta geologicamente morto. De acordo com a Agência Espacial Europeia, ESA, esse tipo de formação não é incomum de ser observada e está associada à meteorologia da região de Arsia Mons. O instituo afirma que essa nuvem é formada de gelo de água e é impulsionada pela influência do declive montanhoso que atua sobre o fluxo de ar próximo ao vulcão extinto. Aqui na Terra essa formação é chamada de nuvem orográfica. Segundo a ESA, a nuvem observada se estende por cerca de 1500 quilômetros a oeste do vulcão. Como comparação, o vulcão em forma de cone tem um diâmetro de cerca de 250 km. Anotação sobre a localização da nuvem orográfica marciana, observada em setembro de 2018 pelo sonda europeia mars express
Nos meses que antecederam ao solstício, a maior parte da atividade da nuvem desaparece sobre os grandes vulcões como Arsia Mons. Durante todo o resto do ano marciano seu cume fica coberto de nuvens. No entanto, nuvens de gelo de água sazonalmente recorrentes, como a mostrada na imagem, costumam se formar próxima ao flanco sudoeste de Arsia Mons e já foi observada pela Mars Express e outras missões em 2009, 2012 e 2015. A aparência da nuvem varia ao longo do dia marciano, crescendo em extensão durante a manhã local a favor do vento, quase paralela ao equador, e pode alcançar tamanhos tão impressionantes que poderiam torná-la visível até mesmo para os telescópios na Terra. A formação de nuvens de gelo é sensível à quantidade de poeira presente na atmosfera. Essas imagens, obtidas após a grande tempestade de poeira que engoliu todo o planeta em junho e julho, fornecerão informações importantes sobre o efeito da poeira no desenvolvimento das nuvens marcianas e sua variabilidade ao longo do ano. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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