Segunda-feira, 27 mai 2019 - 11h43
Por Rogério Leite
Na noite de quinta-feira, 23 de maio, a empresa SpaceX lançou de uma só vez nada menos de 60 satélites. Os artefatos estão cruzando o céu praticamente juntos, formando uma espécie de "trem luminoso" que pode ser visto a olho nu nas noites mais escuras.
Frame de vídeo capturado pelo astrônomo amador Marco Langbroek mostra o trem de satélites passando sobre Leiden, na Holanda, em 24 de maio de 2019. O trem de satélites, chamado oficialmente de "Mega constelação Starlink", é composto neste momento por 60 artefatos. No entanto, o objetivo da SpaceX é colocar em orbita 12 mil unidades com a finalidade de criar a maior rede mundial provedora de internet via satélite. Os objetos estão em orbita circular ao redor do planeta, a uma altitude de 445 km. Por estarem em orbita baixa e orbitando praticamente juntos, para um observador situado na Terra a impressão que se tem é que um "trem" de pontos luminosos está se deslocando no firmamento noturno, refletindo a luz do Sol. A olho nu, os 60 satélite brilham entre as magnitudes 4 e 5, o que significa que são pontos bem pálidos no céu, lembrando que teoricamente o limite da visão humana é de 6 magnitudes (quanto maior o número, menos brilhante é o objeto). Atualmente, o tamanho do "trem" é de cerca de 8 graus angulares, o que equivale ao tamanho do punho apontado para o céu, mas deverá se alargar à medida que o tempo passa. Neste momento a orbita é de 445 km, mas deverá se elevar para 550 km quando estiverem em operação. Quando isso acontecer o brilho também ficará mais esmaecido e mais difícil será a observação.
1 - Céu escuro: deve ser noite no local da observação Quando estas quatro condições forem satisfeitas dizemos que o satélite estará potencialmente visível quando da sua passagem por nossa localidade. Isso significa que tecnicamente poderá ser visto mas outros fatores poderão influenciar em sua observação, entre eles a altitude e o tamanho do satélite, seu material de revestimento e as condições atmosféricas no local da observação.
Em São Paulo, por exemplo, o trem poderá ser visto nos dias 30 de maio e 1 de junho, antes de o Sol nascer. É importante lembrar que o "trem" apresenta baixa luminosidade. Assim, uma boa ideia é observar o céu em local bem escuro, longe de luzes fortes e se possível usar um binóculo de baixa amplificação, o que permitirá ver objetos mais tênues. Bons céus! LEIA MAIS NOTÍCIAS
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