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Quinta-feira, 22 jul 2021 - 10h09
Por Rogério Leite

Balão-telescópio promete ser o futuro da astronomia terrestre

Um novo tipo de telescópio ainda em desenvolvimento deverá em breve observar o Universo de uma forma bem diferente das tecnologias atuais. O instrumento será instalado a bordo de um balão de hélio e permitirá registros tão ou mais nítidos que os do telescópio Hubble.

Balão SuperBIT'em preparação final do primeiro voo teste, em setembro de 2019. Detalhe para o telescópio de 500 milímetros e os paineis solares. Crédito: Steven Benton, Princeton University.<BR>
Balão SuperBIT'em preparação final do primeiro voo teste, em setembro de 2019. Detalhe para o telescópio de 500 milímetros e os paineis solares. Crédito: Steven Benton, Princeton University.

Batizado de SuperBIT (Superpressure Balloon-borne Imaging Telescope) o projeto foi anunciado na última terça-feira, 20 de julho de 2021, pela Royal Astronomical Society (RAS) e entre seus criadores estão pesquisadores da Durham University, do Reino Unido, Princeton University e University of Toronto no Canadá, que firmaram parceria com as poderosas agências espaciais dos EUA, Europa e Canadá.

Segundo os projetistas, tudo indica que o SuperBIT pode ser a próxima melhor coisa em astronomia. "A nova tecnologia a bordo de balão torna a visita ao espaço muito mais barata, fácil e ecologicamente sustentável", disse Mohamed Shaaban, ligado à Universidade de Toronto.

O balão de hélio SuperBIT é uma das novas tecnologias de ponta que o projeto incorpora. com 532 mil metros cúbico, tem o tamanho de um estádio de futebol e é poderoso o suficiente para carregar um telescópico completo a cerca de 40 quilômetros de altitude, no topo da estratosfera da Terra.

Colocar um telescópio nesta altitude é faz muita diferença para as observações do Universo, porque, embora a atmosfera da Terra seja uma parte crucial do nosso planeta, ela interfere absurdamente nas observações astronômicas, manchando as imagens. Assim, instalar um balão nesta altitude permitiria aos astrônomos observar o céu com pouca ou quase nenhuma interferência da atmosfera.

Balão SuperBIT durante voo teste sobre o Centro Columbia de Lançamentos de Balões, da Nasa, em junho de 2016. Crédito: Richard Massey/Durham University.<BR>
Balão SuperBIT durante voo teste sobre o Centro Columbia de Lançamentos de Balões, da Nasa, em junho de 2016. Crédito: Richard Massey/Durham University.

Precisão e Estabilidade
De acordo com o comunicado, o SuperBIT é um balão de "superpressão" que pode manter o telescópio em atividade por meses a fio, em vez de dias. O voo de teste final do SuperBIT aconteceu em 2019 demonstrou que o artefato pode manter o alvo em observação com precisão melhor que trinta e seis milésimos de grau por mais de uma hora.

Com essa precisão, o SuperBIT poderá obter imagens de alta resolução iguais ou melhores que as do Telescópio Espacial Hubble.


Upgrades Fáceis
Em seu primeiro voo oficial, programado para abril de 2022, o SuperBIT levará um telescópio com um espelho de 500 milímetros de diâmetro, mas uma atualização de design já está prevista e incluirá um espelho de 1500 milímetros de abertura, o que pode tornar o SuperBIT "ainda melhor que o Hubble", afirmaram os cientistas.

Além da grande precisão e abertura, o modelo de telescópio a bordo de balão também torna as atualizações muito mais fáceis de serem realizadas. As equipes que usarem o SuperBIT poderão trocar as câmeras, sensores ou instrumentos por versões mais atualizadas sempre que for necessário, ao contrário dos telescópios espaciais tradicionais, que não podem voltar à Terra para fazerem upgrades. "O SuperBIT pode ser continuamente reconfigurado e atualizado e isso não tem preço", disse Shaaban.

Baratos e ecológicos
Diferentemente dos foguetes, os balões do tipo do SuperBIT não precisam de combustível, o que os torna mais ecológicos do que os procedimentos de levantamento baseados em combustível. Além da proteção ambiental, eles também são mais baratos do que satélites semelhantes. De acordo com o comunicado, o orçamento para construção e operação do primeiro modelo custou US$ 5 milhões, quase mil vezes menos do que um satélite semelhante.

O primeiro voo operacional deverá decolar de Wanaka, Nova Zelândia e circunavegará a Terra várias vezes para tirar imagens do céu noturno. Durante o período diurno fará o recarregamento das baterias a partir dos painéis solares.

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