Segunda-feira, 5 jun 2023 - 09h24
Por Rogério Leite
Desde o fantástico conto de Julio Verne, muito se pensou para colocar em prática algum plano ambicioso que permitisse levar exploradores ao centro da Terra. No entanto, as dificuldades para a perfuração de um buraco de mais de seis mil km são muitas e consideradas instransponíveis. Agora, cientistas chineses resolveram entrar na briga e deram início à perfuração que pretende levar pessoas a profundidades inimagináveis.
Vista panorâmica do início das perfurações do Buraco do Inferno, em Xinjiang, na China. O poço chinês se localiza na Bacia de Tarim, em Xinjiang e nesta primeira etapa deve chegar a 11,1 km de profundidade. Segundo nota publicada, nesta fase deverão ser obtidas informações científicas sobre formações geológicas, além de ampliação do conhecimento sobre a propagação de terremotos e erupções vulcânicas. Pesquisas sobre a identificação de minerais e tentativas de correlação geológica às mudanças climáticas também deverão ser realizadas.
O valor do gradiente geotérmico foi observado pela primeira vez em 1867, durante a escavação do primeiro poço do mundo a ultrapassar os 1000 metros de profundidade, nas minas de gesso de Sperenberg, na Alemanha. Posteriormente, outras escavações demonstraram que esse índice é praticamente constante em qualquer local do planeta. Além da temperatura, o ambiente hostil da perfuração inclui a aspereza das rochas, riscos e contaminação ambiental durante o processo de perfuração e desenvolvimento de equipamentos e brocas super resistentes à dureza e temperatura. Considerando o índice geotérmico de 25°C/km, fica fácil entender que nesta primeira etapa os pesquisadores estarão trabalhando com perfurações em ambientes superiores a 250°C, o que rendeu à obra o apelido de Buraco do Inferno. Gráfico demonstra a elevação da temperatura na medida em que aumenta a profundidade em direção ao centro da Terra.
Com o passar do tempo e as escavações forem progredindo, talvez um dia possamos chegar de fato ao Centro da Terra. Quando isso acontecer estaremos a 6370 km da superfície, diante de uma fornalha de mais de sete mil graus de temperatura. Muito sorvete e água gelada devem fazer bem nesse lugar! LEIA MAIS NOTÍCIAS
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